no seguimento dessa linha de pensamento libero-terrorista, sócrates retirou os “apoios anti-crise” que tinha concedido a desempregados e afins; ou seja, a crise agrava-se e os apoios diminuem.
Sócrates e jcd no mesmo barco.
Os talicases (talibans do liberalismo caseiro) veneram toda e qualquer florzinha de plástico colocada no altar do deus mercado. Les amerdicans, como os franceses os chamavam há uns anos, estão sempre a produzir estes mimos, desde os tempos do pinochetista encartado chamado Friedman e da seita de moleques trescloucados chicaguenses que conduziram a economia mundial à caótica estupidez dos nossos dias. Como dizia o velho almirante: bardamerda!
E que é isso de chamar “empregada doméstica” “ex-mulher-a-dias”.
Que eu saiba as empregadas domésticas chamavam-se criadas, por serem literalmente criadas de infância em casa dos patrões. E as mulheres-a-dias sempre foram mulheres-a-dias.
Em Londres, as agências cobram uma média de 6 libras/hora.
O Salário mínimo deve ser calculado da seguinte forma: (Só se justifica por este motivo).
Deve ser suficiente para assegurar um cabaz alimentar suficiente para assegurar que o trabalhador não desfalece no posto de trabalho. Pode também contemplar o luxo de o trabalhador poder comprar alguma roupa. O que no caso de Samoa será o equivalente ao preço de uma tanga nova de dois em dois meses, pois o clima é quente
Esqueçamos, por mera simplificação, os encargos com a segurança social (quer do próprio quer da entidade empregadora).
O SMN para 2010 é de 475 euros. Se admitirmos 22 dias de trabalho por mês a oito horas por dia, o resultado é, para o trabalhador abrangido, de 2,7 euros à hora. Se encontrarem alguma empregada doméstica a este preço fazem-me um favorzinho? Dizem-me qual é o número do telemóvel dela?
Realmente, um professor universitário a escrever sobre temas de economia, onde é que isto já se viu? A Zazie já o está a por na ordem e explicar-lhe os conceitos básicos.
Eu gosto especialmente da articulação desta citação dele, moral até ao púlpito: “Capitalism made it possible to become wealthy by serving your fellow man.”
com o resto de sistema de darwinismo económico cuja moralidade está entre um surto de vírus e um cardume de piranhas.
Este gajos são é poetas: oxímoros e figuras de estilo é com eles.
E é publicado em Israel! Está explicado. Deixa ver: É Ph.D em economia pela UCLA, dá aulas na George Mason, tem uma coluna sindicada em 140 jornais e é publicado em Israel! Que cromo. Está-se mesmo a ver que a Zazie dá-lhe uma coça em temas económicos.
É, mas estes tipos agora inventaram a referência dos “professores universitários” para explicarem o bêábá às criancinhas.
Isto é do mais caricato possível. Fazem títulos mongolóides e depois acabam a justificar tudo com o problema de ser demasiado incompreensível para a populaça.
Na volta, os historiadores deviam dizer-lhes o mesmo- calem as bocarras seus ignaros, que a História é demasiada areia para as vossas camionetas.
E por esta lógica, nem as guerras tinham culpados, pois, como as crises do capital, são coisas de tal modo complexas que só os Nobeis as entendem.
Mas vendem moralismo bacoco nos títulos das trampitas que escrevem.
Ó JCD, isto quinou foi quando aboliram a escravatura. Quantas culturas de algodão não se perderam e quantos não ficaram sem emprego, a morrer à fome e às dúzias, vítimas de uma lei injusta?
Isso do argumento da autoridade vale o quê? Quantas criaturas louvadas a seu tempo não decaíram até ao esquecimento ou repulsa histórica por revisão da matéria dada? Há tantos idiotas famosos como figurantes a citá-los.
é só para dizer que as “técnicas de serviço doméstico” são actualmente das poucas profissões bem remuneradas , regalias sociais e outras mais.
Por isso; licenciados, mestres e doutorados este é o caminho a tomar face à actual situação.
Escravatura: Pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade.
Este post: pessoas forçadas ao desemprego contra sua vontade.
Liberalismo: defesa da liberdade individual.
“Quantas criaturas louvadas a seu tempo não decaíram até ao esquecimento ou repulsa histórica por revisão da matéria dada? Há tantos idiotas famosos como figurantes a citá-los.”
Tantas… E apesar disso, há sempre quem volte a recuperá-los. Veja a malta do Bloco e do PC, por exemplo.
Vê como é fácil de se compreender, Romão. Aquela avózinha do Almodôvar a explicar a diferença entre realismo e simbolismo ao netinho, não diria melhor.
Afinal, se a explicação é assim tão básica para que é que se diz que só um doutorado da UCLA a pode formular?
ehehehe
Cada cavadela, cada minhoca. Liberalismo é liberdade individual. Olha só que poético.
E tem tradução matemática ou em leis de economia, como se as leis do mercado é que propiciam essa tal de “liberdade individual”?
Para chegar à liberdade individual tínhamos de começar por algum lado.
A abolição da escravatura e a imposição de tectos salariais mínimos garantiu, em primeiro lugar, que as pessoas não eram tratadas como objectos e, em segundo lugar, que não seriam tratadas como mercadoria.
Não posso imaginar que, de tantas aquisições e imposições tontas da esquerda, o JCD se insurja contra uma das poucas que garante condições mínimas de dignidade a quem não teve sorte, engenho ou talento para ocupar o cesto da gávea.
Quando os cidadãos fizeram contratos com o Estado, nos modelos actuai ocidentais, também o fizeram para se protegerem da agiotagem e da rapinagem galopante que avançaria como um surto fossem os mercados de trabalho completamente desregulamentos a nível legislativo. Não foi somente para apontar uns canhões de vez e quando e para garantir a iluminação pública.
Há erros? Há. Como em todo o sistema. Não se destrói um mecanismo de protecção porque falhou uma vez ou nenhum alarme seria vendido.
Já aqui discutimos muitas vezes o salário mínimo e as consequências iníquas que muitas vezes acarreta para a população menos qualificada. Não percebo qual a vantagem de mandar para o desemprego quase todos os trabalhadores duma indústria, como este artigo documenta, nem qual é o salto civilizacional para quem perde o seu emprego. O contrato que o estado fez com estes cidadãos não foi cumprido – nem poderia ser porque a riqueza não se constrói por decreto. Quase sempre, a instituição de leis de salário mínimo e, principalmente, o aumento para valores acima dos preços de equilíbrio, são um retrocesso na sociedade e nascem do desconhecimento e da incompreensão dos princípios básicos do funcionamento das economias.
Uma lei de salário mínimo pode não ser prejudicial – isto é, pode não servir para nada. Quando tem efeito, é quase sempre negativo.
esse Ph.D em economia pela UCLA, que dá aulas na George Mason e tem uma coluna sindicada em 140 jornais- e todos os seus seguidores – deveriam era ler mais Noam Chomsky … poderiam começar por “a democracia e os mercados na nova order mundial”; depois de 10 anos, continua mais actual do que nunca.
Boa parte das vezes, a fé (e a moral) não conduz(em) à razão:
«”Not only has the state aggravated the problem of unemployment for Americans, it has done so differentially. The biggest losers from state intervention have been the very people that advocates of activism have claimed need the most help, namely nonwhites, women, and unskilled and inexperienced youths. The strong, skilled, and comparatively affluent have managed to adjust to state intervention, although not without cost. The burden of the welfare state has fallen inordinately on those it was supposed to benefit the most.”»
(“Out of Work, Prof. Richard Vedder and Prof. Lowell Gallaway)
Mais curioso que citar um professor de economia é observar como a ignorância é tão atrevida. Vemos, vezes sem conta, nestas caixas de comentários a incompreensão a falar de poleiro em catadupas de boçalidade e o aplauso frequente do desconhecimento. Atacam-se argumentos “de autoridade” com tonteria e pseudo-cultura. E há quem goste…
Olhemos para os centros históricos de Lisboa e Porto. A quem devemos, em primeiro lugar, a sua ruína e desertificação humana? Uma pista: um senhor que usava botas.
jcd, não me obrigue a chamar-lhe ignorante; a economia é uma coisa demasiado séria para ser deixada ao livre arbítrio de economistas (pelos menos de alguns…).
“jcd, não me obrigue a chamar-lhe ignorante; a economia é uma coisa demasiado séria para ser deixada ao livre arbítrio de economistas (pelos menos de alguns…).”
Qualquer tipo que se desqualifique citando Chomsky num debate à volta da economia, pode chamar-me ignorante à vontade.
Não há ninguém que precise de doutoramentos ou cátedras em Harvard ou mesmo apontamentos de rodapé na enciclopédia universal para saber o que é ético. Mas há imensas pessoas convencidas que sim, e até convencidas que a ética não tem nada a ver com economia mas que o capitalismo é o sistema mais ético que existe. E convivem com isso perfeitamente porque só acreditam, na verdade, numa das posições, que, a terem igual peso, ficariam em suspenso pela dúvida. Fazer a parada pessoal dos ídolos intelectuais não põe ninguém em pedestal algum senão o da crítica. E quem critica pode não precisar de um doutoramento, sobretudo quando o assunto ultrapassa a esfera daquilo a que o pretende restringir. Quem não gosta da crítica, rebate, o que é raro, ou censura, o que já é mais frequente.
“tendo em conta o seu poder, alcance, originalidade e a influência do seu pensamento, Noam Chomsky é, incontestavelmente, o mais importante intelecto vivo” – New York Times Book Review
“o trabalho de Chomsky não é teórico nem ideológico: é apaixonado e verdadeiro -Times literary Supplement
“Chomsky, um exterminador de verdades adquiridas” – New York Times
ou seja, não estamos propriamente a falar da Caras nem do 24 Horas!
Mas o mesmo argumento se aplicava à escravatura JCD. O mesmíssimo: qual seria a vantagem de atirar aqueles pretos todos para a morte à fome quando enquanto sob escravatura eles ainda tinham que comer e umas cabanitas onde dormir? Também o fazendeiro branco se queixava que a indústria do algodão seria insustentável sem o trabalho escravo. Vê algum salto evolucional na abolição da escravatura? Se vê, é só seguir o método da dedução lógica, se não vê, há muito pouco sobre o qual possamos falar em relação a este assunto. Porque se para mim é um problema de afinação, para si é um problema de fundo.
jcd, o seu problema nem é propriamente de economia; é mais do foro ideológico.
essa premissa que de economia só falam/escrevem economistas .. é de cabo de esquadra!
A treta da liberalização é que permite que o capital se mova como uma vaga por todo o mundo, semeando empresas onde só havia areia, usufruindo de todas as benesses possíveis, a nível fiscal e económico, para pagar meia dúzia de tostões a quem não tinha nada. Obviamente, é um problema de eixo: quem não tinha nada acha muito e quem tem alguma coisa toma uma de duas posições: ou acha que é escravatura encapotada (os sulistas descobriram rapidamente que era mais barato pagar mal do que sustentar o escravo) ou acha sob a palavra liberdade cabe toda a merda possível desde que as pessoas (levadas pelas condições mais humilhantes) concordem entre si. Esta atitude predatório dura algum tempo num sítio subdesenvolvido e alivia o governo local do estigma da fome. Mas é tudo temporário e ilusório, porque rapidamente os trabalhadores começam a verificar que aquela saúde trocada por meia dúzia de tostões não tem regresso e que o salário que recebem não lhes permite mais qualidade de vida porque trabalham para comer, e mal. Portanto a escolha resume-se normalmente a trabalhar para uma malga de sopa ou não o fazer e acabar por morrer. É uma escolha de merda, mas, como diria Leibniz, parece ser o melhor dos mundos possíveis. Parece, porque assim que se organizam algumas vozes de protesto ou o governo vem pedir a esmola de um imposto, a empresa já descobriu outro terreno de esfaimados onde rentabilizar o negócio e de um dia para outro move uma fábrica. E é este sistema de predação que funciona em contínuo e que permite que muitos poucos dominem todos os outros de todas as formas possíveis. Agora imagine-se isto sem lei. A confiar na liberdade, na ganância e na mão marota.
“Mas o mesmo argumento se aplicava à escravatura JCD. O mesmíssimo: qual seria a vantagem de atirar aqueles pretos todos para a morte à fome quando enquanto sob escravatura eles ainda tinham que comer e umas cabanitas onde dormir? “
Como é que pode comparar a coerção da escravatura com a liberdade de trabalhar? Que raio de comparação é essa? E o que é que interessa a opinião do fazendeiro? E o que é que interessa o que se produz ou o que se deixa de produzir neste tema?
Estamos a discutir uma lei que privou milhares de cidadãos de um emprego que tinham escolhido livremente, na ausência de coerção. Esta lei é que pode ser remotamente comparada à escravatura – ambas privam os cidadãos do seu direito à livre escolha.
Meu caro Romão. A escolha pode ser entre nada e quase nada. Mas para chegar a alguma coisa, não há salto possível desde o nada. Não se chega aos níveis de rendimento dos países ricos por decreto. E aqui tem duas opções: ou mantém o nada, ou aceita que se percorra todo o caminho.
Quando um tipo me vem falar de ética e acha que ética é condenar os povos mais miseráveis a manter-se num sistema que só dá miséria, a única desculpa concebível, é mesmo o desconhecimento.
pois, nomeadamente chamar a esta conversa “um debate à volta da economia,” esquecendo a Política.
ps:
vou dormir, mas antes ainda vou fazer umas segundas derivadas e uns integrais…não vá algum liberal querer falar de economia comigo e eu só possa citar algum linguista!
Só falta explicar como há liberdade individual sem dinheiro no bolso, porque o que aqui se defende (e não é neste post) é que deviamos todos trabalhar e receber como os chineses (porque a cortar sempre é onde vamos parar para ser “competitivos”).
Porque o seu argumento é esse: mais vale pouco que nenhum. É um problema sempre relativo, porque 10€/h para um alemão é um insulto e para um samoano pode ser uma benesse. Mas a pergunta fundamental fica: queremos caminhar em direcção à Alemanha ou em direcção à Samoa?
Nem toda a legislação introduzida tem consequências positivas a nível do emprego. Muita até atrapalha e sem necessitar de precisa-la dou isso de barato: foi feita por homens e para homens. Agora se não houver um espírito de protecção e qualquer coisa contratada em duas partes se sobrepuser a séculos de cartas de direitos humanos e outros tratados sobre a dignidade, mais vale arrumar a viola, porque quem não aprende com o passado está fadado a repetir-lhe os erros.
O JCD consideraria válido, por exemplo, um contrato celebrado entre duas pessoas para que uma se desse a comer à outra (literalmente)? Ainda não há muito sucedeu na Alemanha e deve ter feito jurisprudência no capítulo da livre vontade contractual.
JCD. Não acredito que o JCD acredite que aquilo que indica é o único caminho possível. Acho que para si é confortável pensar assim porque varre a ética do caminho e vê a coisa pelo prisma de uma lei invisível e imutável (e onde há leis não há ética, daí o conforto). Mas nem é uma lei natural nem é inevitável. É somente o caminho mais curto entre gastar menos e ganhar mais. E, ao contrário do que diz, isso não produz riqueza: produz ricos.
Porque o seu argumento é esse: mais vale pouco que nenhum. É um problema sempre relativo, porque 10€/h para um alemão é um insulto e para um samoano pode ser uma benesse. Mas a pergunta fundamental fica: queremos caminhar em direcção à Alemanha ou em direcção à Samoa?
Nem toda a legislação introduzida tem consequências positivas a nível do emprego. Muita até atrapalha e sem necessitar de precisa-la dou isso de barato: foi feita por homens e para homens. Agora se não houver um espírito de protecção e qualquer coisa contratada em duas partes se sobrepuser a séculos de cartas de direitos humanos e outros tratados sobre a dignidade, mais vale arrumar a viola, porque quem não aprende com o passado está fadado a repetir-lhe os erros.
O JCD consideraria válido, por exemplo, um contrato celebrado entre duas pessoas para que uma se desse a comer à outra (literalmente)? Ainda não há muito sucedeu na Alemanha e deve ter feito jurisprudência no capítulo da livre vontade contractual.
JCD, estive na manifestação. Estava no fim dela. Quando parti, umas horas depois da manifestação arrancar, já havia muita gente no Marquês, vinda dos Restauradores, a regressar a casa. Mais lhe digo: quando a cabeça da manifestação chegou aos Restauradores havia gente espalhada até à 5 de Outubro e até às Amoreiras, à espera para conseguir avançar. Percebo que não tenha participado em muitas manifestações e que lhe custe o facto da tribo liberal delirante existir apenas na blogosfera e nas colunas dos jornais (um colunista por cada 10 simpatizantes da causa), mas terá de se habituar. Em democracia há sindicatos e na democracia os trabalhadores, e não apenas os mercados, reagem a medidas que não gostam. Habitue-se.
Permita-me sugerir-lhe a hipótese, ainda que académica, que pelo menos em épocas de crescimento económico saudável, a existência de uma lei que impõe um salário mínimo na realidade induz os empregadores a pagar menos do que pagariam caso essa lei não existisse?
Acredito. Há quem ganhe à comissão. O problema são as épocas más. Por isso há muita gente que prefere complementar o vencimento variável com um vencimento fixo.
A democracia é o governo do povo pelo povo.
Como o povo é ignorante resulta que o governo democrata eleito é composto por gente incapaz.
Há idiotas que querem viver uma utupia.
Depois, o que acontece é esta merda.
E não percebem, foda-se!!!
“Pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade” somos todos, ou quase todos os que trabalham por conta de outrem. Qual é a vontade de trabalhar por exemplo, numa EDP, numa Galp, numa PT, em que os gestores ganham quilhões e os trabalhadores jogam a feijões?
Lucklucky, o que estás a dizer é que os empresários não são trabalhadores e que os trabalhadores não são responsáveis.
Ou seja, um empresário que trabalhe é um irresponsável.
Trabajador eu estava a usar a definição de “trabalhador” empregue pela esquerda. Quanto menos empresários houver pior ficam os trabalhadores.
O caminho inexorável no Ocidente afogado em impostos é para existirem cada vez menos empresários que comecem de baixo, pior a crescente burocracia, regulação, adicionando a ineficiência da Justiça, com o Estado a estar em todo o lado – logo é preciso ainda lutar contra a corrupção partidária. Isto é, ou se tem um financiamento importante de modo a não se afogar nos baixos ou vai-se para “trabalhador”.
Talvez o JCD seja um ingénuo e não consegue atingir que a coacção não se faz apenas com a espada.
E deve pensar que o PIB representa alguma coisa em termos de desnvolvimento humano. É como o Brasil, tem um PIB do caraças mas onde milhões de pessoas, claro que usufruindo da sua liberdade, vivem em favelas no meio dos ratos e do lixo.
E quem cita a China sem citar a coacção de milhões em expropriações de terras e afins de forma a alimentar as fábricas de bugigangas para o ocidente revela uma ignorância ou uma desonestidade atroz…
O JCD tem razão quando infere que o capitalismo é o sistema mais capaz de produzir riqueza. Não obstante, peca quando atribui ao sistema todas as vantagens que lhe revê. Se não é falso que o capitalismo é, por ora, o melhor dos mundos possível, tal não se deve ao desabrochar sem regras das potencialidades do sistema que, tendo como pilar constitutivo a ganâncianão sistema, na sua versão desregulada, produziria, na melhor das hipóteses, uma achinecização ou pior. O que o impede de chegar de exercer as suas facetas mais perniciosas são alguns mecanismos de contrapeso, como a ética e a justiça que nela de funda, e as leis que regulam a sua actividade. Sem isso não tenho dúvidas que o sistema mais não é que uma máquina voraz capaz de se caninalizar a si própria.
Hipótese: se cientistas conseguissem alterar alguns dos genes dos macacos e fizessem com que os simios elaborassem tarefas básicas COMO A DE UM TRABALHADOR DE UMA FÁBRICA DE TOMATES QUE ACONTECERIA?
1- Os empresários contratavam os ditos e pagavam em bananas2- eram o trabalhador ideal pois não faria greve nem férias nem dias de descanso e podia ter uma grande produtividade
2- As associações de protecção de animais iam organizar-se no sentido de proteger os ditos e os mesmos terem direitos iguais aos ditos racionais…
3-Dar-se-ia uma grande deslocalização de empresas para África e esse continente teria um progresso nunca visto…
Falhei esta discussão interessante, mas ainda vou a tempo.
Os economistas formados na escola liberal acham-se o máximo, tal como Pedro Arroja que não consegue ouvir mais ninguém do que a própria voz interior. Tenho pena que assim seja porque me parece um caso perdido.
Por outro lado, abordemos o assunto da competência em economia.
Saber macro e micro é importante para entender certos fenómenos e gerir activos e passivos. Mas não é o essencial, porque esse é mais complexo do que alguma disciplina o será. O economista acha-se habilitado para perceber os mecanismos do funcionamento da economia.
O problema é que há quem acredite que afinal a economia lida com o maior imponderável que existe e que não é catalogável em categorias estanques: o Homem.
E para entender a Economia como deve ser, é preciso saber muito mais do que economia. Por isso o Chomski tem lugar aqui nesta discussão. Tal como outros.
Quem desvaloriza tal panorama, obviamente não percebe de Economia o suficiente para aguentar uma discussão a sério.
E quem além disso, acha sem dúvidas e sem margem de erro que a Economia deve reger-se pelos padrões neo-liberais que são muito simples de compreender, está a desvalorizar séculos de evolução do pensamento e da acção humanas.
A discussão sobre a escravatura é evidente que é muito pertinente, nesse aspecto. Tão pertinente que há quem estabeleça a comparação entre a escravatura como obrigatoriedade no trabalho e o capitalismo neo como a liberdade para trabalhar…
Quem dicotomisa deste modo, não percebeu o essencial, parece-me a mim que sou leigo.
A fé no credo neo é uma fé cega com faca amolada ( trocadilho com uma música de Milton Nascimento, um preto descendente de escravos e que canta como pouca gente à face da terra).
É apenas isso: uma crença. Uma fezada. Um palpite em que acreditam que possa funcionar. Uma hipótese. Uma experiência. Uma tentativa. Um método para funcionar a economia. Uma teoria. Uma incerteza. Um imponderável.
Para entrar na discussão sobre a escravatura, neste nível, é preciso recorrer ao marxismo. E é evidente que é uma análise válida. Tão válida que não é possível dizer que agora há liberdade de trabalho por oposição à escravatura.
Porque temos de começar a falar na ideia de Liberdade e isso um economista, engasga-se logo, a não ser que seja culto e humanista.
O neo acredita que o liberalismo económico gera maior riqueza para todos, quando a concentra apenas em alguns, porque as migalhas podem repartir-se em maior número do que no sistema social-democrata.
Há aqui um catch, um paradoxo, um factor de imprecisão: o neo acredita em esquemas que afundam a economia, como se viu. Por um motivo que devia ser bem claro: incentiva a ganãncia natural no ser humano para além do admissível. E é essa a contradição. A maior liberdade não gera a maior responsabilidade. Antes pelo contrário, tal como acontece com as crianças.
Os neo são crianças a tratar da economia de todos.
“Por um motivo que devia ser bem claro: incentiva a ganãncia natural no ser humano para além do admissível. E é essa a contradição. A maior liberdade não gera a maior responsabilidade. Antes pelo contrário, tal como acontece com as crianças.”
É simples resolver esse dilema, para um lado vão os terríveis neo, para o outro vão os marxistas tontos. Que tal? Pois é os marxistas tontos não conseguem viver sem explorar quem cria e quem inova…
«O problema é que há quem acredite que afinal a economia lida com o maior imponderável que existe e que não é catalogável em categorias estanques: o Homem.»
Para referência, e ainda que haja que reconhecer que são muito raros os economistas liberais que sejam cultos, talvez um com Man, Economy, and State de Murray Rothbard, possa trazer alguma luz.
Para aqueles que se sentem mais à vontade com uma chave interpretativa jurídico-económica, talvez o livro de Jesús Huerta de Soto possa ter alguma utilidade.(*)
_____________________
(*) – Peço desculpa pela dimensão, em número de páginas, das duas sugestões de leitura que deixo. Mas, enfim, o que hei-de fazer? Eu sou um dos defensores da cartilha, um tipo que, mesmo que ateu, se alimenta intelectualmente de fezadas.
E a crueldade do salário?
E a crueldade das férias?
E a crueldade do fim-de-semana?
E a crueldade do intervalo para o almoço?
E a crueldade do horário de trabalho?
E a crueldade da licença de parto?
Vamos todos lutar pelos direitos humanos! Trabalho à jorna, já!
Tantos absurdos e tantos preconceitos dificultam a discussão. Toda essa catadupa de neo-isto, neo-aquilo é apenas uma tentativa de entricheiramento sem sentido. Criou um fantasma e agora dá tiros contra esse fantasma. D. Quixote não faria melhor.
O Chomsky tem tanto lugar aqui como um homeopata numa discussão sobre medicina. No dia em que ler algo do Chomsky que leve em conta os conceitos mais básicos da ciência económica – o que até agora nunca vi – abrimos-lhe as portas. Até lá é perder tempo.
Aliás, nem vejo grande utilidade em discutir com alguém que acha que não há qualquer relação entre salário mínimo e desemprego. Concebo a discussão noutros termos: se apesar de se saber que a instituição de um salário mínimo elevado condena as pessoas menos preparadas ao desemprego e causa um empobrecimento de toda a população via acréscimo de impostos, mesmo assim se deve impor essa regra, porque outros valores poderão ser tidos em consideração. Infelizmente, esse debate é mais raro, uma vez que os argumentos em defesa do salário mínimo se tornam conceptuais e longe da realidade empírica observável – como por exemplo a que esta história de Samoa documenta.
O problema está em polarizar propositadamente o mundo nesses em dois compartimentos estanques para depois brandir da ameaça velada de que quem não é neoliberal é necessariamente marxista ou coisa pior.
Se fosse hegeliano, diria que lhe falta o momento da síntese.
«Permita-me sugerir-lhe a hipótese, ainda que académica, que pelo menos em épocas de crescimento económico saudável, a existência de uma lei que impõe um salário mínimo na realidade induz os empregadores a pagar menos do que pagariam caso essa lei não existisse?» (EF)
«Acredito. Há quem ganhe à comissão. O problema são as épocas más. Por isso há muita gente que prefere complementar o vencimento variável com um vencimento fixo.» (Romão)
Diz bem. O (maior) problema está nas épocas más. Por exemplo, acha que subir o salário mínimo em épocas más é uma medida favorecedora na defesa do emprego? O que é preferível: emprego com salários baixos ou desemprego com subsídio de desemprego ainda mais baixo (esquecendo as fraudes, claro)?
Não me parecem absurdos nem preconceitos. Apenas tópicos de discussão.
Para mim, o problema coloca-se muito simplesmente neste parâmetros:
A Economia funciona com base em múltiplas regras, nem todas compreensíveis ou capturáveis pela compreensão humana. Há demasiados imponderáveis na Economia, a começar pelos naturais, da Natureza e portanto, para quem não é crente, da natureza animal que subjaz ao ser humano.
O Chomski entra aqui, nesta discussão porque a linguística também é um instrumento para descodificar conceitos e é nesta base que se criam teorias e ideologias.
Depois os factores da própria Natureza e o conhecimento dos seus mecanismos que não podem naturalmente ser abarcados integralmente por quem estudou as teorias económicas inventadas por outros ou os mecanismos de funcionamento do sistema.
Tendo em conta esses factores de aleatoriedade tal implica que as pessoas mais humildes que devia haver são…os economistas. A eles se aplica com toda a propriedade o conceito que só sabem que nada sabem.
Portanto, quem discute estas matérias ao nível das citações apontadas pelo Eduardo F. sabe perfeitamente que só na Filosofia se pode abarcar conceptualmente a mecânica de funcionamento da Economia. Por isso Marx, Engels e outros teóricos foram também buscar á Filosofia o que pensaram. Hegel, por exemplo.
E Von Mises mais não é do que um filósofo, parece-me a mim que sou leigo. E dos que têm teorias tentadoras, mas que depois desembocam em neoliberalismos que esquece o que escrevi: a maior liberdade na economia não gera necessariamente a maior responsabilidade. Isso acontece com a doutrina Católica, vejam lá! Aí é que a responsabilidade é inerente à liberdade…parece-me a mim que sou leigo.
Portanto se a discussão se mantiver no estrito parâmetro de saber se o SMN gera maior pobreza do que o contrário, isso merece demonstração, com maior rigor do que a simples afirmação por fé cega.
E sem esquecer o ambiente discursivo que molda o liberalismo.
“No dia em que ler algo do Chomsky que leve em conta os conceitos mais básicos da ciência económica – o que até agora nunca vi – abrimos-lhe as portas. Até lá é perder tempo”
depois desta tirada o preconceito está onde?
afinal sempre deveria ter-lhe chamado ignorante no inicio deste debate.
“E a crueldade do salário?” – o salário não tem nada de cruel. É o pagamento de um serviço, livremente acordado entre as partes.
“E a crueldade das férias?
E a crueldade do fim-de-semana?
E a crueldade do intervalo para o almoço?
E a crueldade do horário de trabalho?
E a crueldade da licença de parto?”
Todos os direitos atribuídos pelo legislador ao trabalho têm um impacto nos níveis salariais, mas não impedem em nenhuma circunstância a celebração de um acordo entre duas partes, se ambos o desejarem. Aliás, há inúmeros outros direitos acordados entre trabalhadores e várias empresa que nada têm a ver com a legislação – por exemplo, seguros de saúde, benefícios familiares, sistemas de empréstimos a funcionários, prémios vários, etc. Este tipo de benefícios ocorre onde a concorrência é maior – e menos no trabalho pouco qualificado, como é fácil entender.
Quando as regras são irrealistas, passam a funcionar como o salário mínimo – deixam de ser direitos e passam a ser exclusão. O que o salário mínimo faz é condenar ao desemprego todos aqueles que, sem essa regra, teriam oportunidade de ter um emprego e agora deixam de ter. – como aconteceu com os trabalhadores da indústria de conservação alimentar na Samoa Americana que, antes de perderem os seus empregos, ganhavam 3,25 USD/hora – cerca de 7 vezes o salário médio dos vizinhos de Samoa.
Em toda esta discussão, ainda não vi nenhum dos defensores do salário mínimo provar que ele não cria desemprego e que é uma medida potenciadora da criação de riqueza.
Nos tempos áureos do esquerdismo de 68, havia em França um grupo musical chamado Groupe Culturel Renault e que gravava para uma etiqueta , a Chant du Monde ( que editou Luís Cília quando estava em França) e que agora se chamaria ” World Music”.
Pois bem. Uma das canções desse grupo de 1974/75 era Cadence. Cadência, em que mencionava o ritmo da fábrica como algo semelhante às grilhetas do algodão dos pretos no Sul da América.
Esses problemas podem ser coisas do passado, mas a famosa “liberdade” de trabalho, actual e em versão neo, tem muito que se lhe diga.
Trabalhar, segundo os nazis que citavam outros, era um meio de libertação. A religião encara o trabalho como um meio de alcançar a santidade também.
Portanto, estamos outra vez reduzidos à filosofia…
Não adianta, José. Não adianta discutir consigo. Já gastaram as etiquetas todas, depois disso o que fica?
Mais vale fazer como a Zazie, pôr-lhes o rabo à mostra, ainda que seja muito feio o que fica à vista.
Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho. Os contratantes naturalmente tenderiam a concordar num valor que permitisse aos assalariados viver com um mínimo de dignidade e aos empresários pagarem os seus custos de operação e investimento e ainda ter os merecidos lucros pela actividade que desenvolvem. A verdade é que a ganância sem freio que caracteriza o capitalismo e que move a máquina vai sempre exercer o seu peso máximo na celebração dos contratos de trabalho; as únicas forças que a travam são o Estado e as organizações de trabalhadores. E nos países onde a ganância encontra maior resistência (p. exemplo, a Alemanha), não consta que o capitalismo seja um fracasso ou que as empresas sejam mais pobres ou que haja mais desempregados. There’s a catch, isn’t there?
“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Na verdade, o que argumento é que não há necessidade do estado impor um salário mínimo. Há muitos países sem salário mínimo (quase todos os países nórdicos, por exemplo, a Áustria, a Alemanha, Singapura, etc), e outros em que o salário mínimo não tem qualquer impacto por estar abaixo do nível de salários praticados na economia. Durante muitos anos, em Portugal foi assim. Um salário mínimo de 300 quando toda a gente ganhava acima de 400 não tinha grande mal. O problema, que se está a ver agora em Portugal e Espanha, é quando o salário mínimo sobe para lá dos valores que a economia consegue pagar. É também o exemplo do post. Pessoas empregadas foram despedidas por legislação.
Ainda estou para perceber qual é a ética de condenar gente remediada à pobreza, mas espero sinceramente que um dia alguém me consiga explicar.
Compreendo perfeitamente que muita gente prefira debater economia refugiando-se na filosofia ou na sociologia – o liberalismo também não é um conceito económico. Mas o que este post exemplifica é que decisões políticas que ignorem os conceitos básicos da economia têm um terrível efeito sobre a vida das pessoas – são cruéis.
Repare que o legislador até actuou de boa fé – acreditou que legislando sobre o aumento do salário mínimo ia melhorar a vida de toda a gente. No fim, lançou milhares de pessoas para o desemprego. Aliás, quase todo o discurso anti-capitalista se baseia numa crença de que é possível controlar e dirigir a economia de acordo com uma utopia socialista que já foi testada e despencou 40 vezes. Quase sempre pela mesma razão – incompreensão da natureza humana e dos incentivos que funcionam para quase todos nós.
Quando alguém não aceita sequer o 101 da economia – aqueles coisas que se ensinam nos primeiros dias de todos os cursos de economia – pode usar toda a filosofia que entender que na prática, vai resultar em tragédia.
Era essa base que gostaria de ver aqui expressa. Por exemplo, gostava de vê-lo aceitar aqui a relação entre salário mínimo e desemprego – mas parece que vou ter que esperar sentado.
“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Claro. É essa a essência do problema e que não tem solução porque a ética não é para aqui chamada, segundo os cânones neoliberais.
Um pobre a pedir na rua merece o quê? A condição que tem?
“Por exemplo, gostava de vê-lo aceitar aqui a relação entre salário mínimo e desemprego ”
Pode esperar sentado porque escreverá assim, penso eu de que.
Mas aceito de bom grado essa relação, apenas com um acrescento: demonstre-o. Não para mim, mas para os demais.
Como acaba por concordar, a Economia teórica não é uma ciência porque fica a dever demais às “ciências humanas”.
Por isso, a ideia sobre um fenómeno como esse, precisa de ser bem explicada e entendida e por isso não basta uma fezada ou um palpite sobre o que nos parece.
Aliás, basta dar o exemplo do investimento público “keynesiano”, para se ver onde param estas discussões: há quem o defenda com argumentos racionais e quem defenda precisamente o contrário exactamente com a mesma racionalidade. E são professores catedráticos, não diletantes como eu.
Sobre o ‘neoliberalismo’ não sei, tem que ir atrás dos moinhos de vento e perguntar-lhes. O capitalismo, até agora tem sido imbatível na melhoria dos níveis de vida da população. Mesmo hoje, afogados em impostos e em regulamentações absurdas, dos 50 países que melhores condições de vida deram aos seus cidadãos, a única característica que têm em comum, são muitos anos de capitalismo, mais ou menos puro.
O neoliberalismo só os inclui na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
Em época de vacas magras como agora ( e sempre em Portugal), os pobres têm sempre a alternativa de votar no comunismo porque lhes garante a felicidade na terra. Os amanhãs a cantar.
E porque é que é proibido perguntar-se se acaso quem não aceitar os 475 euros não pode receber menos a recibos verdes, pagando o próprio os descontos para o Estado?
Porque é que isto tem de ser censurado?
Faz parte da tal ética liberal?
Eu julgava que os comunas é que não admitiam perguntas chatas.
Se calhar são os tais do import/export de carne no porão a quem às vezes nem pagam e que depois todos se queixam que ainda vêm para cá para a mendicidade ou para viverem do RSI.
Alguma lógica a meias há-de haver nisto. Neste estranho paradoxo de gente que não pode pagar e de gente que fica desempregada para outros viverem por tuta e meia, clandestinos e a monte no mesmo quarto.
Quais recibos verdes qual carapuça … então nunca ouviu falar em contratação a tempo parcial ? Ou em esquemas de trabalho intervalado, por turnos de 4 horas por exemplo ? Há muitas formas de contornar a questão do SMN … perguntem ao eng.º Belmiro quantos assalariados tem lá nos hipers a ganhar menos que o SMN ??
“O capitalismo, até agora tem sido imbatível na melhoria dos níveis de vida da população”
Sem dúvida. É por isso que sou contra o comunismo. Mas não é essa a questão e não adianta fugir a ela: a social-democracia assenta no sistema capitalista.
Logo…há por aqui um sofisma.
Irrelevante, o que interessa é se o posto de trabalho tem produtividade para justificar 475/mês Euros de ordenado que na prática pode bem ser equivalente a 1000/mês de gastos: incluíndo despesas de administrativas, renda, electricidade,comunicações, equipamento para o posto de trabalho existir, impostos/segurança social, subsídios de férias/natal, mais o lucro da empresa e o risco/despesas legais. Só depois dessas margem haverá um trabalho.
A social democracia é pouco adaptável a variações demográficas, etárias e tecnológicas. Um País saído de uma guerra até com Comunismo cresce e fica mais rico(ou melhor dizendo menos pobre), depois chega ao nível de Cuba ou União Soviética(na menos má das hipóteses) e fica estagnado por ali.
Quanto mais riqueza e complexidade económica existe mais chances de os sistemas cheios de regras que distorcem a economia a fazerem parar. Agora já chegámos aos limites da riqueza que é possível criar na Europa com este sistema. Aliás o nível de dívida diz-nos que estamos mais ricos do que devíamos.
A mim o nível de dívida diz-me que deslocalizámos a produção e continuámos com o consumo. E quem cresce é a China, até implodir, como nós. E essa é a essência do capitalismo desregrado. Uma piranha que não tendo mais por onde comer come-se a si própria.
According to European Central Bank, average annual economic growth in the euro-zone countries was 3.4% in the 1970s, 2.4% in the 1980s and 2.2% in the 1990s. In the decade of the euro, from 2001 to 2009, it was just 1.1%.
That’s right, sun bugs, the country that gave us Gen. Manuel Noriega, Mariano Rivera and tons of high-quality cocaine was raised yesterday to investment grade. S&P assigned the country a triple-B-minus…
Panama’s debt is under 40% of GDP (a level achieved last year by just three of the 16 euro-zone countries, Luxembourg, Slovakia and Slovenia) and its deficit is expected to be 1.4% of GDP this year. (No, Athens, Madrid and Dublin, the decimal point is not in the wrong place.)
“O neoliberalismo só os inclui (os pobres) na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
É ou não é assim, mesmo em caricatura?”
Mas há alguém, em consciência que não retire esta conclusão ?
Isto são discussões vazias e ôcas em pólos opostos do globo.
Formas de pensar e ser diferentes, valores comprometidos vs valores descomprometidos.
Nem vale a pena opinar (como referiu jcd num post anterior, não acrescenta nada ao tema em debate…a essência do pensamento, a raiz à priori formulada não o permite).
Eu, encontro-me do lado dos perdedores e dos vencidos…resta-me a ética e o carácter…pouco, muito pouco e insuficiente nos dias de hoje.
“A mim o nível de dívida diz-me que deslocalizámos a produção e continuámos com o consumo. E quem cresce é a China, até implodir, como nós. E essa é a essência do capitalismo desregrado. Uma piranha que não tendo mais por onde comer come-se a si própria.”
Nada disso.
Se for ver o valores a produção industrial aumentou também na Europa e nos EUA. O aumento de produtividade é que torna impossível 5 dias de trabalho por semana e manutenção de emprego. Porque é que não precisamos de mais estradas? a produtividade deu para fabricá-las todas num curto espaço de tempo. E casas? idem… e agora? nada disto tem que ver com Chineses uma vez que as estradas deles não nos servem.
E quando os Asiáticos e Africanos tiverem todos carros? e Computadores? Vai comprar um DecaCore para fazer processamento de texto ou basta o dual core? os benefícios tangíveis tornam-se mais difíceis. Depois do HD o que será? vai valer a pena passar para o HDXYZ?
Nós estamos a entrar em novo território porque no passado recente tivemos sempre guerras que nos fizeram ter começar de novo.
Ou seja tivemos escassez de coisas básicas, as últimas provocadas por nós em guerras mundiais.
“O neoliberalismo só os inclui (os pobres) na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
É ou não é assim, mesmo em caricatura?”
Hmm a pobreza portuguesa é criada pelo Socialiismo…educação que destroí os bons alunos, economia que lixa quem não conhece quem gosta e pode usar o dinheiro dos outros. No socialiismo há muito poucos criadores.
As inovações tecnológicas e o marketing deixam-me bastante confiante de que será sempre possível fazer surgir produtos novos e, sobretudo, desejos novos. O sucessor do HD já está encontrado, é o 3D. E depois do 3D falta ainda incluir no pacote televisivo a experiência dos restantes sentidos, provavelmente um de cada vez e a realidade aumentada; enfim, as possibilidades são mais que muitas.
Se as empresas não tivessem deslocalizado as suas produções para a China, estaríamos na situação de dívida que estamos presentemente? Mesmo tendo em consideração que também crescemos, ainda que muito menos.
“Hmm a pobreza portuguesa é criada pelo Socialiismo…educação que destroí os bons alunos, economia que lixa quem não conhece quem gosta e pode usar o dinheiro dos outros. No socialiismo há muito poucos criadores.”
Ó lUCKY, concordo em tudo consigo, desde que visualize que TODOS os partidos praticam o Socialismo em Portugal !!! Não há males menores, pertence Tudo ao mesmo clâ !
“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Como julgo ter ficado claro para todos, não foram apresentados argumentos de índole económica para a defesa da existência de um salário mínimo nacional que constituiram o “desafio” que Jcd lançou com este post para os seus defensores.
A argumentação apresentada – a favor do salário mínimo – sempre se dirigiu para a necessidade de intervenção estatal nas economias para regular, por imposição ética, as “falhas” dos mercados que, supostamente, desprezam e espezinham os pobres. Isto apesar de, como Jcd apontou, existirem várias economias robustas onde o mesmo não existe.
Ora, discutir todo um sistema ético nestas caixas de comentários releva da total impossibilidade. Por essa razão, e para tentar repor o necessário rigor quanto ao calibre intelectual dos grandes nomes defensores do liberalismo – simultaneamente filósofos, historiadores, economistas quando não também também juristas -, entendido enquanto um sistema de valores na defesa da liberdade individual, só a leitura e o estudo poderão permitir essa discussão.
Existem “n” livros que pretendem demonstrar a superioridade moral e ética do capitalismo ou, o que vai dar ao mesmo, a impossibilidade do funcionamento de uma sociedade socialista e a total corrupção de valores que lhe subjaz.
“Como julgo ter ficado claro para todos, não foram apresentados argumentos de índole económica para a defesa da existência de um salário mínimo nacional que constituiram o “desafio” que Jcd lançou com este post para os seus defensores.”
O argumento que o JCD apresentou tem o quê de económico? Baseava-se na premissa de que é melhor trabalhar e ganhar pouco do que não trabalhar e ganhar nada e, sobretudo, na declaração de que entre dois contratantes de vontades livres o estado não devia interpor a pata legisladora. O que é que isso tem de económico? Pegou-se na totalidade da economia da Samoa, pelo menos, para análise para concluir que se perdeu mais do que se ganhou? Alguém mencionou os casos em que as pessoas que não foram despedidas passaram a ganhar mais?
“A argumentação apresentada – a favor do salário mínimo – sempre se dirigiu para a necessidade de intervenção estatal nas economias para regular, por imposição ética, as “falhas” dos mercados que, supostamente, desprezam e espezinham os pobres. Isto apesar de, como Jcd apontou, existirem várias economias robustas onde o mesmo não existe.”
Em primeiro lugar, não são “falhas” dos mercados: é assim que funciona deliberadamente a economia mundial. Faz parte do manual do capitalista moderno, não é um descuido. Em segundo lugar, quando existe um contrato com o Estado que constitui a base das sociedades modernas, como é nosso caso, espera-se que o Estado defenda os mais vulneráveis de todos os inimigos, mesmo os que falsos cordeiros que vendem a evangelização da prosperidade automática. Em terceiro lugar, acha coincidência que seja nos locais onde existe um contrapoder mais eficiente que sejam exactamente os locais onde o Estado já não precisa de exercer o seu poder regulatório?
“O argumento que o JCD apresentou tem o quê de económico? Baseava-se na premissa de que é melhor trabalhar e ganhar pouco do que não trabalhar e ganhar nada e, sobretudo, na declaração de que entre dois contratantes de vontades livres o estado não devia interpor a pata legisladora. O que é que isso tem de económico? Pegou-se na totalidade da economia da Samoa, pelo menos, para análise para concluir que se perdeu mais do que se ganhou? Alguém mencionou os casos em que as pessoas que não foram despedidas passaram a ganhar mais?”
Pouco? Acha que quem ganha o equivalente a 6 salários médios de Cuba, a 7 vezes o salário médio da vizinha Samoa ganha pouco? Qual é o seu critério de ‘pouco’?
Há pessoas que passaram a ganhar mais? Certamente. Haverá algumas, até porque a fábrica ainda trabalhou algum tempo até encerrar. Mas deixe-me entender o seu raciocínio – é preferível que alguns sejam despedidos para que outros ganhem mais? Sempre pensei que o argumento à esquerda era justamente o oposto… mais vale ganhar menos em nome da igualdade do que promover a exclusão.
“Em primeiro lugar, não são “falhas” dos mercados: é assim que funciona deliberadamente a economia mundial. Faz parte do manual do capitalista moderno, não é um descuido.”
O que é, exactamente, um capitalista moderno? As pessoas que fazem empresas são capitalistas? O empreendedorismo é capitalismo? As grandes empresas (que um dia foram pequenas) são capitalistas? Os que defendem a menor intervenção do estado, são capitalistas? Os que gostariam de ver os samoanos com emprego, são capitalistas?
Se definirmos, de um modo simples, capitalismo como ausência de coerção sobre a livre contratação, para que serve o “manual”?
“Em segundo lugar, quando existe um contrato com o Estado que constitui a base das sociedades modernas, como é nosso caso, espera-se que o Estado defenda os mais vulneráveis de todos os inimigos, mesmo os que falsos cordeiros que vendem a evangelização da prosperidade automática.
Confesso que alguns dos seus argumentos me deixam baralhado. A que é que chama ‘defesa’ dos mais vulneráveis por parte do estado? Mandá-los para o desemprego? Quem é que defende a prosperidade económica? Que eu saiba, só o socialismo promete maravilhas dessas (lembre-se do homem novo, do sol que brilha). O capitalismo não promete nada excepto liberdade e protecção dos indivíduos, e apesar disso, consegue sempre melhores resultados. A razão acaba por ser compreensível: a menor intervenção na economia diminui as probabilidades de estragar o que existe.
“Em terceiro lugar, acha coincidência que seja nos locais onde existe um contrapoder mais eficiente que sejam exactamente os locais onde o Estado já não precisa de exercer o seu poder regulatório?”
Exemplos há muitos, de todos os tipos. Dei aqueles porque demonstram que um país pode ser rico e até ter níveis de protecção social elevados patrocinados pelo estado sem destruir alguns incentivos básicos do livre funcionamento da economia. Também não há salário mínimo em Hong Kong, Singapura, Cabo Verde ou Somália. Como a opção legislativa é sempre tomada por motivos políticos e com base em pseuso-ciência económica, a maior parte dos países, ricos ou miseráveis, aprovam-no.
Salário mínimo 200 euros? É perigoso, os trabalhadores ainda se habituam a esse luxo.
Que tal o Jcd viver, só, um aninho com 200 euros por mês. Ficávamos a saber o outro lado da história.
o Jcd é um filantropo, está tão preocupado com os desempregados e com o desemprego e então é evidente que se deixar de haver regulação do salário mínimo que o desemprego vai baixar logo como por magia e todos os desempregados vão passar a ter a liberdade de poder trabalhar por 4 ou 5 horas por 200 euros ou menos, ou 8 ou 9 por 300 e depois de comerem as migalhas para não caírem inanimados, pagarem as solas dos sapatos e os transportes para terem a liberdade de ir trabalhar, ainda terão o previlégio de fazer poupanças, para libertar a banca dos seus pedidos de crédito à habitação…
é muito 475 euros? então gostava de ver o Jcd viver com 390 euros todos os meses por 43 horas de trabalho numa fábrica de calçado ou numa caixa dum hipermercado do Belmiro!…
Muito bem JCD; disse tudo; os salários não devem ser superiores ao que a economia comporta. Ouvi ontem Hernâni Lopes – plano inclinado – enfatizar, a título pedagógico, uma regra primordial; em economia o ajustamento ocorre sempre. O desemprego é a contrapartida do salário excessivo.
A questão é outra e desfragmenta-se em vários elementos – não é necessário ler tanto calhamaço nem tão pouco recorrer ao cálculo diferencial mas, pragmatismo, baseado na experiência do terreno é fundamental -:
Sendo a produção de riqueza limitada, para elevar o salário mínimo é imperioso reduzir correspondentemente os salários superiores, afim de que a produção de riqueza continue. Ora o que se verifica é que as classes profissionais com poder de disrupção na vida social e económica, conseguem para si próprios, continuadamente, aumentos salariais mais elevados, condenando as classes menos qualificadas ao empobrecimento. Isso tem-se verificado drasticamente em Portugal nesta 3ª República. Portanto pergunto: Quantos, dos que defendem o aumento do salário mínimo político estão dispostos a reduzir o seu próprio salário para que tal seja possível?
Por outro lado; aumentar o salário -mínimo neste caso- a um trabalhador que não tem capacidade para evoluir -ou não quer- além de degradar a capacidade de produzir riqueza cria tensões graves no seio de qualquer empresa agravando esse efeito. Portanto; o decretamento político do valor do salário mínimo implica, necessariamente o despedimento. E ele acabará, sempre por ocorrer!
Por outro lado, a responsabilidade da qualificação da população que lhe permita furtar-se à miséria, é do Estado. Precisamente a entidade que, perante a sua incompetência, empurra para outros o consequente ónus, decretando o salário mínimo, reduzindo assim a prazo, inevitavelmente, as contrapartidas a título de contribuições líquidas para o sistema.
Apesar de tudo, a regulação e fiscalização é necessária à prevenção dos abusos, pois bem sabemos que, salvo raras excepções, a ambição humana não tem limites e é implacável; seja no regime socialista, capitalista, social-democrata, ou outro qualquer. No entanto, a demagogia política, muitas vezes, substitui a racionalidade económica diferindo apenas no tempo, o pagamento da factura, ou seja; o ajustamento acabará sempre por ocorrer.
Claro que impõe-se perguntar; até que ponto estamos interessados em fomentar uma cultura cívica efectiva baseada no respeito pelo outro?
Anda por aqui gente muito bem preparada e intencionada, mas, às vezes não
Que tal se dar ao trabalho de se colocar no lugar do outro? Ninguém lhe ensinou a fazer isso? Talvez aprenda alguma coisa e talvez, quem sabe, deixe de defender as enormidade que habitualmente defende.
Dou-lhe um exemplo muito simples:
O dono de uma empresa do norte do país achava muito estranho que 1/3 dos seus empregados faltasse sistematicamente numa certa altura do ano. Mais tarde acabou por descobrir que esse terço de trabalhadores faltava durante três semanas com atestado médico para ir apanhar morangos em… Espanha!! E porquê? Porque o salário que recebiam era demasiado baixo para poderem pagar a renda de casa (sim, estas pessoas têm que viver em algum sítio), comer (sim, estas pessoas também comem por muito estranho que isso possa parecer), vestir (parece que esta malta também se veste, parece estranho mas é assim), pagar o material escolar dos filhos (sim, parece que oferecem aos filhos o luxo de estudar), comprar medicamentos (parece que também adoecem), etc..
Por isso lhe digo, antes de atirar com pedradas destas ouça as pessoas que quer atingir!
Porque não imitar os chineses ou indianos e pagar 100 ou 200 euros por mês e 212 horas por dia sem direito a férias…?
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1. “Prior to minimum wage increases, Samoan wages were about $3.25 an hour.”
2. 200 euros por mês? Isso ainda é quase 10 vezes o salário de um cubano.
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no seguimento dessa linha de pensamento libero-terrorista, sócrates retirou os “apoios anti-crise” que tinha concedido a desempregados e afins; ou seja, a crise agrava-se e os apoios diminuem.
Sócrates e jcd no mesmo barco.
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Os talicases (talibans do liberalismo caseiro) veneram toda e qualquer florzinha de plástico colocada no altar do deus mercado. Les amerdicans, como os franceses os chamavam há uns anos, estão sempre a produzir estes mimos, desde os tempos do pinochetista encartado chamado Friedman e da seita de moleques trescloucados chicaguenses que conduziram a economia mundial à caótica estupidez dos nossos dias. Como dizia o velho almirante: bardamerda!
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A propósito de salários: sabem quanto se paga, à hora, no mercado, a uma empregada doméstica (ex-mulher-a-dias)?
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Onde?
Que se paga onde? que tu pagas, era isso que querias dizer?
(o animal até bloqueou o nick antes de eu comentar. Este é bom ter debaixo de olho que anda a fazer-se ao piso com tacho governamental).
Vou guardar as merdas do carapau para quando chegar a altura.
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«200 euros por mês? Isso ainda é quase 10 vezes o salário de um cubano.»
Mas por que razão quererá um cubano ganhar mais de 25 euros por mês quando mm Cuba, como sabemos, é tudo baratíssimo?
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Há gente que não tinha feito a merda que faz lhe tivessem passado a rasteira certa a tempo e horas.
O Nogueira Leite é um deles. Este é outro.
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E que é isso de chamar “empregada doméstica” “ex-mulher-a-dias”.
Que eu saiba as empregadas domésticas chamavam-se criadas, por serem literalmente criadas de infância em casa dos patrões. E as mulheres-a-dias sempre foram mulheres-a-dias.
Em Londres, as agências cobram uma média de 6 libras/hora.
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Já agora, sabes quanto leva um jardineiro ou quanto cobra uma empresa de jardinagem?
Aí é que há roubos autênticos.
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O Salário mínimo deve ser calculado da seguinte forma: (Só se justifica por este motivo).
Deve ser suficiente para assegurar um cabaz alimentar suficiente para assegurar que o trabalhador não desfalece no posto de trabalho. Pode também contemplar o luxo de o trabalhador poder comprar alguma roupa. O que no caso de Samoa será o equivalente ao preço de uma tanga nova de dois em dois meses, pois o clima é quente
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Mas o detalhe técnico que eu aprecio nestes posts é o arrepelar de cabelos moralista- a crueldade.
Quem havia de dizer que a crueldade era uma questão das leis da economia e do mercado ou de quem zela por alguma coisa.
Pensava que isto tudo se explicava por equações altamente complexas que nem com pós doutoramentos se traduzem em linguagem de gente.
Afinal é crueldade. Uauuu! que maus que são os que querem ser bonzinhos.
Afinal os verdadeiros bonzinhos são os que só pensam em si e se lixam para o resto.
A lição moral neo-tonta dá para tudo. E até para se desconfiar que alguma miséria aproveitam, na volta. Já que tanto choram baba e ranho…
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E o post podia ter sido escrito pela tinamonga.
Nunca mais contratam a moçoila que traduz tão bem o que vai na alma destes carapaus de corrida.
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Esqueçamos, por mera simplificação, os encargos com a segurança social (quer do próprio quer da entidade empregadora).
O SMN para 2010 é de 475 euros. Se admitirmos 22 dias de trabalho por mês a oito horas por dia, o resultado é, para o trabalhador abrangido, de 2,7 euros à hora. Se encontrarem alguma empregada doméstica a este preço fazem-me um favorzinho? Dizem-me qual é o número do telemóvel dela?
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Bigmouth Strikes Again…
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O site onde foi buscar isto também não é nada suspeito
http://econfaculty.gmu.edu/wew/
ehhehe
E tem por lá um farrusco neocon a vender neoconices de treta.
Parece aqueles links para sites de pai-santo, que o Arroja desencanta.
“:O))))
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Eu não disse
ehehe
http://en.wikipedia.org/wiki/Walter_E._Williams
O tipo é tão neo-tonto que até defende a mesma treta que o Arroja defendia quando era neo-tonto- a venda de órgãos.
E aposto que dá o exemplo- vendeu os neurónios em troca de neoconice
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Realmente, um professor universitário a escrever sobre temas de economia, onde é que isto já se viu? A Zazie já o está a por na ordem e explicar-lhe os conceitos básicos.
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Eu gosto especialmente da articulação desta citação dele, moral até ao púlpito: “Capitalism made it possible to become wealthy by serving your fellow man.”
com o resto de sistema de darwinismo económico cuja moralidade está entre um surto de vírus e um cardume de piranhas.
Este gajos são é poetas: oxímoros e figuras de estilo é com eles.
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E ainda por cima… de uma universidade TOP 100, Ph.D pela UCLA… ehehehe só pode ser um tonto.
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Imagine-se só quem colecciona os artigos dele.
http://www.jewishworldreview.com/cols/williams.html
Coincidências do camandro…
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O gajo é racista e paranóico e bichinho de estimação do capitalismo pencudo.
Pudera.
“:O))))
Tinha de ser. Para escolha aqui de onde veio, não podia trazer melhor cartão de apresentação.
E escreve coisas de uma profundidade mais funda que os pais-santo do Arroja.
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E é publicado em Israel! Está explicado. Deixa ver: É Ph.D em economia pela UCLA, dá aulas na George Mason, tem uma coluna sindicada em 140 jornais e é publicado em Israel! Que cromo. Está-se mesmo a ver que a Zazie dá-lhe uma coça em temas económicos.
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É, mas estes tipos agora inventaram a referência dos “professores universitários” para explicarem o bêábá às criancinhas.
Isto é do mais caricato possível. Fazem títulos mongolóides e depois acabam a justificar tudo com o problema de ser demasiado incompreensível para a populaça.
Na volta, os historiadores deviam dizer-lhes o mesmo- calem as bocarras seus ignaros, que a História é demasiada areia para as vossas camionetas.
E por esta lógica, nem as guerras tinham culpados, pois, como as crises do capital, são coisas de tal modo complexas que só os Nobeis as entendem.
Mas vendem moralismo bacoco nos títulos das trampitas que escrevem.
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Ó JCD, isto quinou foi quando aboliram a escravatura. Quantas culturas de algodão não se perderam e quantos não ficaram sem emprego, a morrer à fome e às dúzias, vítimas de uma lei injusta?
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Eu dou é uma coça em termos reais a quem me vier com estas palhaçadas ao vivo.
Acredita. Já não há pachorra para tanto oportunismo.
E este Passos Coelho não sei. Mas sei do padrinho que tem e da corte que anda à volta.
E, só por isso, não é bom cartão de visita.
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#23.
Isso do argumento da autoridade vale o quê? Quantas criaturas louvadas a seu tempo não decaíram até ao esquecimento ou repulsa histórica por revisão da matéria dada? Há tantos idiotas famosos como figurantes a citá-los.
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E, se estes é que são os conselheiros à luz da vela, vou ali e já venho…
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é só para dizer que as “técnicas de serviço doméstico” são actualmente das poucas profissões bem remuneradas , regalias sociais e outras mais.
Por isso; licenciados, mestres e doutorados este é o caminho a tomar face à actual situação.
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Um tipo que defende a venda de órgãos ou é um lunático ou um imbecil.
E o Arroja agora até concorda que foi a segunda coisa, ainda que jure que o Nobel é que lhe copiou a ideia.
Em comum, é gente que mercantiliza tudo, por ser jacobina.
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Parece-me que o salário que pago à minha empregada doméstica está bem mais alinhado com o salário mínimo nos Estados Unidos. Por que será?
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Se ela te escova o peluche podes dar-te por bem empregue a massaroca.
“:OP
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Quanto é que pagas. Eu não uso disso, por isso só comparando com jardineiro.
“:O))))
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Mas o farrusco só escreve treta. Tem por lá uns artigos armagedónicos ainda mais caricatos.
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Caro Romão
Escravatura: Pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade.
Este post: pessoas forçadas ao desemprego contra sua vontade.
Liberalismo: defesa da liberdade individual.
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“Quantas criaturas louvadas a seu tempo não decaíram até ao esquecimento ou repulsa histórica por revisão da matéria dada? Há tantos idiotas famosos como figurantes a citá-los.”
Tantas… E apesar disso, há sempre quem volte a recuperá-los. Veja a malta do Bloco e do PC, por exemplo.
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Vê como é fácil de se compreender, Romão. Aquela avózinha do Almodôvar a explicar a diferença entre realismo e simbolismo ao netinho, não diria melhor.
Afinal, se a explicação é assim tão básica para que é que se diz que só um doutorado da UCLA a pode formular?
ehehehe
Cada cavadela, cada minhoca. Liberalismo é liberdade individual. Olha só que poético.
E tem tradução matemática ou em leis de economia, como se as leis do mercado é que propiciam essa tal de “liberdade individual”?
hummm…?
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Essa Zazie é pior que as cinzas e as labaredas do vulcão da Islândia.
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Agora sai uma anacletada para a mesa do canto.
É tão fácil entender tudo por caricaturas.
O Liberalismo é uma teoria que faz calar anacletos do BE.
E é para calar anacletos do BE que estes gajos vendem o que vendem e a quem vendem.
Então não é que se está mesmo a ver. Uns economistas do camandro a queimarem pestanas para arrumarem mongos.
Phónix. E eu a julgar que isso até uma criancinha de 5 anos era capaz de arrumar.
Afinal, é preciso grandes cérebros de economistas neo-tontos para calar monguices.
E os apaniguados treinam ao espelho.
Não é assim? cadê o Anacleto? acabaram com esse blogue de treino?
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Pardal a bordo.
Olha, porque é que não vais fazer queixinhas lá ao 5 Dias, quando te disfarças com outro nome?
Aí baixas a bolinha que é uma maravilha, não é ó Abílio?
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#35.
Caro JCD,
Para chegar à liberdade individual tínhamos de começar por algum lado.
A abolição da escravatura e a imposição de tectos salariais mínimos garantiu, em primeiro lugar, que as pessoas não eram tratadas como objectos e, em segundo lugar, que não seriam tratadas como mercadoria.
Não posso imaginar que, de tantas aquisições e imposições tontas da esquerda, o JCD se insurja contra uma das poucas que garante condições mínimas de dignidade a quem não teve sorte, engenho ou talento para ocupar o cesto da gávea.
Quando os cidadãos fizeram contratos com o Estado, nos modelos actuai ocidentais, também o fizeram para se protegerem da agiotagem e da rapinagem galopante que avançaria como um surto fossem os mercados de trabalho completamente desregulamentos a nível legislativo. Não foi somente para apontar uns canhões de vez e quando e para garantir a iluminação pública.
Há erros? Há. Como em todo o sistema. Não se destrói um mecanismo de protecção porque falhou uma vez ou nenhum alarme seria vendido.
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Caro Romão.
Já aqui discutimos muitas vezes o salário mínimo e as consequências iníquas que muitas vezes acarreta para a população menos qualificada. Não percebo qual a vantagem de mandar para o desemprego quase todos os trabalhadores duma indústria, como este artigo documenta, nem qual é o salto civilizacional para quem perde o seu emprego. O contrato que o estado fez com estes cidadãos não foi cumprido – nem poderia ser porque a riqueza não se constrói por decreto. Quase sempre, a instituição de leis de salário mínimo e, principalmente, o aumento para valores acima dos preços de equilíbrio, são um retrocesso na sociedade e nascem do desconhecimento e da incompreensão dos princípios básicos do funcionamento das economias.
Uma lei de salário mínimo pode não ser prejudicial – isto é, pode não servir para nada. Quando tem efeito, é quase sempre negativo.
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http://www.house.gov/jec/cost-gov/regs/minimum/50years.htm
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esse Ph.D em economia pela UCLA, que dá aulas na George Mason e tem uma coluna sindicada em 140 jornais- e todos os seus seguidores – deveriam era ler mais Noam Chomsky … poderiam começar por “a democracia e os mercados na nova order mundial”; depois de 10 anos, continua mais actual do que nunca.
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Boa parte das vezes, a fé (e a moral) não conduz(em) à razão:
«”Not only has the state aggravated the problem of unemployment for Americans, it has done so differentially. The biggest losers from state intervention have been the very people that advocates of activism have claimed need the most help, namely nonwhites, women, and unskilled and inexperienced youths. The strong, skilled, and comparatively affluent have managed to adjust to state intervention, although not without cost. The burden of the welfare state has fallen inordinately on those it was supposed to benefit the most.”»
(“Out of Work, Prof. Richard Vedder and Prof. Lowell Gallaway)
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Bom, agora vai sair concurso de citação para adormecer.
Também houve não sei quem que disse que as pessoas que só sabem largar citações são mongas.
Sabes quem foi?
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Agora entra o que perdeu o colhanito para vender o Chomsky.
Fiquem bem, mocinhos que se juntaram os tolinhos.
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Mais curioso que citar um professor de economia é observar como a ignorância é tão atrevida. Vemos, vezes sem conta, nestas caixas de comentários a incompreensão a falar de poleiro em catadupas de boçalidade e o aplauso frequente do desconhecimento. Atacam-se argumentos “de autoridade” com tonteria e pseudo-cultura. E há quem goste…
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Antes de ir, só por curiosidade: quanto é que pagas à mulher a dias para te escovar o sintético?
“:OP
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Sim, traduz lá isso a ver se a gente compreende.
Estavas a falar de boçalidade a propósito da tua definição de liberalismo?
Conta lá o que te vai na alma antes de teres tempo de inventonas a dizer que eu te insultei.
Não te esqueças que agora já jantas à luz da vela com o líder e os líderes têm mil orelhas.
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Olhemos para os centros históricos de Lisboa e Porto. A quem devemos, em primeiro lugar, a sua ruína e desertificação humana? Uma pista: um senhor que usava botas.
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Claro. Os economistas deviam ler Chomsky. Ele é que percebe do tema. Os economistas devem ser mais linguistica.
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Ai sim? era simpatiquíssima. E precisou de doutoramento para ser simpatiquíssima ou tu é que treinaste para entender essa questão superior?
E tinha animal doméstico também muito simpático?
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Um dia destes faço um apanhado das tuas máximas antes de chegar a ministro da blogosfera.
ehehe
Não é por nada mas já vi palhaço maior a chegar mais alto.
“:O))))))
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jcd, não me obrigue a chamar-lhe ignorante; a economia é uma coisa demasiado séria para ser deixada ao livre arbítrio de economistas (pelos menos de alguns…).
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“jcd, não me obrigue a chamar-lhe ignorante; a economia é uma coisa demasiado séria para ser deixada ao livre arbítrio de economistas (pelos menos de alguns…).”
Qualquer tipo que se desqualifique citando Chomsky num debate à volta da economia, pode chamar-me ignorante à vontade.
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Acredita. É por essas e por outras que quem os conhece de pequeninos não vota.
aahahah
Cada palhação que marinhou e a quem depois batem a pala que faz favor.
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Diz antes assim, ó colhanito menos um: o mundo é demasiado sério para ser deixado aos economistas.
Um economista é a última pessoa com requisitos para compreender a História e a vida.
São umas coisas que eram beras em matemática e também não tinham jeitinho para as letras.
E depois dão em governantas de tailleur.
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#47.
Não há ninguém que precise de doutoramentos ou cátedras em Harvard ou mesmo apontamentos de rodapé na enciclopédia universal para saber o que é ético. Mas há imensas pessoas convencidas que sim, e até convencidas que a ética não tem nada a ver com economia mas que o capitalismo é o sistema mais ético que existe. E convivem com isso perfeitamente porque só acreditam, na verdade, numa das posições, que, a terem igual peso, ficariam em suspenso pela dúvida. Fazer a parada pessoal dos ídolos intelectuais não põe ninguém em pedestal algum senão o da crítica. E quem critica pode não precisar de um doutoramento, sobretudo quando o assunto ultrapassa a esfera daquilo a que o pretende restringir. Quem não gosta da crítica, rebate, o que é raro, ou censura, o que já é mais frequente.
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“tendo em conta o seu poder, alcance, originalidade e a influência do seu pensamento, Noam Chomsky é, incontestavelmente, o mais importante intelecto vivo” – New York Times Book Review
“o trabalho de Chomsky não é teórico nem ideológico: é apaixonado e verdadeiro -Times literary Supplement
“Chomsky, um exterminador de verdades adquiridas” – New York Times
ou seja, não estamos propriamente a falar da Caras nem do 24 Horas!
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#59.
Mas o mesmo argumento se aplicava à escravatura JCD. O mesmíssimo: qual seria a vantagem de atirar aqueles pretos todos para a morte à fome quando enquanto sob escravatura eles ainda tinham que comer e umas cabanitas onde dormir? Também o fazendeiro branco se queixava que a indústria do algodão seria insustentável sem o trabalho escravo. Vê algum salto evolucional na abolição da escravatura? Se vê, é só seguir o método da dedução lógica, se não vê, há muito pouco sobre o qual possamos falar em relação a este assunto. Porque se para mim é um problema de afinação, para si é um problema de fundo.
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jcd, o seu problema nem é propriamente de economia; é mais do foro ideológico.
essa premissa que de economia só falam/escrevem economistas .. é de cabo de esquadra!
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A treta da liberalização é que permite que o capital se mova como uma vaga por todo o mundo, semeando empresas onde só havia areia, usufruindo de todas as benesses possíveis, a nível fiscal e económico, para pagar meia dúzia de tostões a quem não tinha nada. Obviamente, é um problema de eixo: quem não tinha nada acha muito e quem tem alguma coisa toma uma de duas posições: ou acha que é escravatura encapotada (os sulistas descobriram rapidamente que era mais barato pagar mal do que sustentar o escravo) ou acha sob a palavra liberdade cabe toda a merda possível desde que as pessoas (levadas pelas condições mais humilhantes) concordem entre si. Esta atitude predatório dura algum tempo num sítio subdesenvolvido e alivia o governo local do estigma da fome. Mas é tudo temporário e ilusório, porque rapidamente os trabalhadores começam a verificar que aquela saúde trocada por meia dúzia de tostões não tem regresso e que o salário que recebem não lhes permite mais qualidade de vida porque trabalham para comer, e mal. Portanto a escolha resume-se normalmente a trabalhar para uma malga de sopa ou não o fazer e acabar por morrer. É uma escolha de merda, mas, como diria Leibniz, parece ser o melhor dos mundos possíveis. Parece, porque assim que se organizam algumas vozes de protesto ou o governo vem pedir a esmola de um imposto, a empresa já descobriu outro terreno de esfaimados onde rentabilizar o negócio e de um dia para outro move uma fábrica. E é este sistema de predação que funciona em contínuo e que permite que muitos poucos dominem todos os outros de todas as formas possíveis. Agora imagine-se isto sem lei. A confiar na liberdade, na ganância e na mão marota.
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“Mas o mesmo argumento se aplicava à escravatura JCD. O mesmíssimo: qual seria a vantagem de atirar aqueles pretos todos para a morte à fome quando enquanto sob escravatura eles ainda tinham que comer e umas cabanitas onde dormir? “
Como é que pode comparar a coerção da escravatura com a liberdade de trabalhar? Que raio de comparação é essa? E o que é que interessa a opinião do fazendeiro? E o que é que interessa o que se produz ou o que se deixa de produzir neste tema?
Estamos a discutir uma lei que privou milhares de cidadãos de um emprego que tinham escolhido livremente, na ausência de coerção. Esta lei é que pode ser remotamente comparada à escravatura – ambas privam os cidadãos do seu direito à livre escolha.
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Meu caro, todos podem falar do que quiserem. Mas depois, por vezes, sai asneira.
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Meu caro Romão. A escolha pode ser entre nada e quase nada. Mas para chegar a alguma coisa, não há salto possível desde o nada. Não se chega aos níveis de rendimento dos países ricos por decreto. E aqui tem duas opções: ou mantém o nada, ou aceita que se percorra todo o caminho.
Quando um tipo me vem falar de ética e acha que ética é condenar os povos mais miseráveis a manter-se num sistema que só dá miséria, a única desculpa concebível, é mesmo o desconhecimento.
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«Claro. Os economistas deviam ler Chomsky. Ele é que percebe do tema»
Aliás, cabe perguntar: haverá algum tema nas ciências sociais e políticas em que ele não seja um Mestre? A começar na escolha dos seus amigos.
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pois, nomeadamente chamar a esta conversa “um debate à volta da economia,” esquecendo a Política.
ps:
vou dormir, mas antes ainda vou fazer umas segundas derivadas e uns integrais…não vá algum liberal querer falar de economia comigo e eu só possa citar algum linguista!
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Só falta explicar como há liberdade individual sem dinheiro no bolso, porque o que aqui se defende (e não é neste post) é que deviamos todos trabalhar e receber como os chineses (porque a cortar sempre é onde vamos parar para ser “competitivos”).
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#64.
Porque o seu argumento é esse: mais vale pouco que nenhum. É um problema sempre relativo, porque 10€/h para um alemão é um insulto e para um samoano pode ser uma benesse. Mas a pergunta fundamental fica: queremos caminhar em direcção à Alemanha ou em direcção à Samoa?
Nem toda a legislação introduzida tem consequências positivas a nível do emprego. Muita até atrapalha e sem necessitar de precisa-la dou isso de barato: foi feita por homens e para homens. Agora se não houver um espírito de protecção e qualquer coisa contratada em duas partes se sobrepuser a séculos de cartas de direitos humanos e outros tratados sobre a dignidade, mais vale arrumar a viola, porque quem não aprende com o passado está fadado a repetir-lhe os erros.
O JCD consideraria válido, por exemplo, um contrato celebrado entre duas pessoas para que uma se desse a comer à outra (literalmente)? Ainda não há muito sucedeu na Alemanha e deve ter feito jurisprudência no capítulo da livre vontade contractual.
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Eu por mim acabava com o salário minímo.
Pão e água nos tempos que correm já não é mau de todo.
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#69
Refere-se aos chineses cuja economia está a crescer a taxas médias anuais que lhe permitem duplicar o PIB per capita a cada 7 anos?
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#66.
JCD. Não acredito que o JCD acredite que aquilo que indica é o único caminho possível. Acho que para si é confortável pensar assim porque varre a ética do caminho e vê a coisa pelo prisma de uma lei invisível e imutável (e onde há leis não há ética, daí o conforto). Mas nem é uma lei natural nem é inevitável. É somente o caminho mais curto entre gastar menos e ganhar mais. E, ao contrário do que diz, isso não produz riqueza: produz ricos.
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Mas o detalhe técnico que eu aprecio nestes posts é o arrepelar de cabelos moralista- a crueldade.
Quem havia de dizer que a crueldade era uma questão das leis da economia e do mercado ou de quem zela por alguma coisa.
Pensava que isto tudo se explicava por equações altamente complexas que nem com pós doutoramentos se traduzem em linguagem de gente.
Afinal é crueldade. Uauuu! que maus que são os que querem ser bonzinhos.
Afinal os verdadeiros bonzinhos são os que só pensam em si e se lixam para o resto.
A lição moral neo-tonta dá para tudo. E até para se desconfiar que alguma miséria aproveitam, na volta. Já que tanto choram baba e ranho…
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#64.
Porque o seu argumento é esse: mais vale pouco que nenhum. É um problema sempre relativo, porque 10€/h para um alemão é um insulto e para um samoano pode ser uma benesse. Mas a pergunta fundamental fica: queremos caminhar em direcção à Alemanha ou em direcção à Samoa?
Nem toda a legislação introduzida tem consequências positivas a nível do emprego. Muita até atrapalha e sem necessitar de precisa-la dou isso de barato: foi feita por homens e para homens. Agora se não houver um espírito de protecção e qualquer coisa contratada em duas partes se sobrepuser a séculos de cartas de direitos humanos e outros tratados sobre a dignidade, mais vale arrumar a viola, porque quem não aprende com o passado está fadado a repetir-lhe os erros.
O JCD consideraria válido, por exemplo, um contrato celebrado entre duas pessoas para que uma se desse a comer à outra (literalmente)? Ainda não há muito sucedeu na Alemanha e deve ter feito jurisprudência no capítulo da livre vontade contractual.
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JCD, estive na manifestação. Estava no fim dela. Quando parti, umas horas depois da manifestação arrancar, já havia muita gente no Marquês, vinda dos Restauradores, a regressar a casa. Mais lhe digo: quando a cabeça da manifestação chegou aos Restauradores havia gente espalhada até à 5 de Outubro e até às Amoreiras, à espera para conseguir avançar. Percebo que não tenha participado em muitas manifestações e que lhe custe o facto da tribo liberal delirante existir apenas na blogosfera e nas colunas dos jornais (um colunista por cada 10 simpatizantes da causa), mas terá de se habituar. Em democracia há sindicatos e na democracia os trabalhadores, e não apenas os mercados, reagem a medidas que não gostam. Habitue-se.
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Caro Romão,
Permita-me sugerir-lhe a hipótese, ainda que académica, que pelo menos em épocas de crescimento económico saudável, a existência de uma lei que impõe um salário mínimo na realidade induz os empregadores a pagar menos do que pagariam caso essa lei não existisse?
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#77.
Acredito. Há quem ganhe à comissão. O problema são as épocas más. Por isso há muita gente que prefere complementar o vencimento variável com um vencimento fixo.
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Propõe que houvesse um indexante do salário mínimo ou que pura e simplesmente desaparecesse?
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“Em democracia há sindicatos e na democracia os trabalhadores, e não apenas os mercados, reagem a medidas que não gostam. Habitue-se.”
Por isso é que cada vez há menos empresários. Só trabalhadores. Ou seja ninguém responsável. Ou seja vão todos ficar sem trabalho. Habituem-se.
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A democracia é o governo do povo pelo povo.
Como o povo é ignorante resulta que o governo democrata eleito é composto por gente incapaz.
Há idiotas que querem viver uma utupia.
Depois, o que acontece é esta merda.
E não percebem, foda-se!!!
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Caro JCD
“Pessoas forçadas a trabalhar contra sua vontade” somos todos, ou quase todos os que trabalham por conta de outrem. Qual é a vontade de trabalhar por exemplo, numa EDP, numa Galp, numa PT, em que os gestores ganham quilhões e os trabalhadores jogam a feijões?
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Lucklucky, o que estás a dizer é que os empresários não são trabalhadores e que os trabalhadores não são responsáveis.
Ou seja, um empresário que trabalhe é um irresponsável.
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Trabajador eu estava a usar a definição de “trabalhador” empregue pela esquerda. Quanto menos empresários houver pior ficam os trabalhadores.
O caminho inexorável no Ocidente afogado em impostos é para existirem cada vez menos empresários que comecem de baixo, pior a crescente burocracia, regulação, adicionando a ineficiência da Justiça, com o Estado a estar em todo o lado – logo é preciso ainda lutar contra a corrupção partidária. Isto é, ou se tem um financiamento importante de modo a não se afogar nos baixos ou vai-se para “trabalhador”.
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Talvez o JCD seja um ingénuo e não consegue atingir que a coacção não se faz apenas com a espada.
E deve pensar que o PIB representa alguma coisa em termos de desnvolvimento humano. É como o Brasil, tem um PIB do caraças mas onde milhões de pessoas, claro que usufruindo da sua liberdade, vivem em favelas no meio dos ratos e do lixo.
E quem cita a China sem citar a coacção de milhões em expropriações de terras e afins de forma a alimentar as fábricas de bugigangas para o ocidente revela uma ignorância ou uma desonestidade atroz…
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O JCD tem razão quando infere que o capitalismo é o sistema mais capaz de produzir riqueza. Não obstante, peca quando atribui ao sistema todas as vantagens que lhe revê. Se não é falso que o capitalismo é, por ora, o melhor dos mundos possível, tal não se deve ao desabrochar sem regras das potencialidades do sistema que, tendo como pilar constitutivo a ganâncianão sistema, na sua versão desregulada, produziria, na melhor das hipóteses, uma achinecização ou pior. O que o impede de chegar de exercer as suas facetas mais perniciosas são alguns mecanismos de contrapeso, como a ética e a justiça que nela de funda, e as leis que regulam a sua actividade. Sem isso não tenho dúvidas que o sistema mais não é que uma máquina voraz capaz de se caninalizar a si própria.
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Hipótese: se cientistas conseguissem alterar alguns dos genes dos macacos e fizessem com que os simios elaborassem tarefas básicas COMO A DE UM TRABALHADOR DE UMA FÁBRICA DE TOMATES QUE ACONTECERIA?
1- Os empresários contratavam os ditos e pagavam em bananas2- eram o trabalhador ideal pois não faria greve nem férias nem dias de descanso e podia ter uma grande produtividade
2- As associações de protecção de animais iam organizar-se no sentido de proteger os ditos e os mesmos terem direitos iguais aos ditos racionais…
3-Dar-se-ia uma grande deslocalização de empresas para África e esse continente teria um progresso nunca visto…
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Falhei esta discussão interessante, mas ainda vou a tempo.
Os economistas formados na escola liberal acham-se o máximo, tal como Pedro Arroja que não consegue ouvir mais ninguém do que a própria voz interior. Tenho pena que assim seja porque me parece um caso perdido.
Por outro lado, abordemos o assunto da competência em economia.
Saber macro e micro é importante para entender certos fenómenos e gerir activos e passivos. Mas não é o essencial, porque esse é mais complexo do que alguma disciplina o será. O economista acha-se habilitado para perceber os mecanismos do funcionamento da economia.
O problema é que há quem acredite que afinal a economia lida com o maior imponderável que existe e que não é catalogável em categorias estanques: o Homem.
E para entender a Economia como deve ser, é preciso saber muito mais do que economia. Por isso o Chomski tem lugar aqui nesta discussão. Tal como outros.
Quem desvaloriza tal panorama, obviamente não percebe de Economia o suficiente para aguentar uma discussão a sério.
E quem além disso, acha sem dúvidas e sem margem de erro que a Economia deve reger-se pelos padrões neo-liberais que são muito simples de compreender, está a desvalorizar séculos de evolução do pensamento e da acção humanas.
A discussão sobre a escravatura é evidente que é muito pertinente, nesse aspecto. Tão pertinente que há quem estabeleça a comparação entre a escravatura como obrigatoriedade no trabalho e o capitalismo neo como a liberdade para trabalhar…
Quem dicotomisa deste modo, não percebeu o essencial, parece-me a mim que sou leigo.
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A escravatura existe hoje. É só olhar para o nível de impostos.
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A fé no credo neo é uma fé cega com faca amolada ( trocadilho com uma música de Milton Nascimento, um preto descendente de escravos e que canta como pouca gente à face da terra).
É apenas isso: uma crença. Uma fezada. Um palpite em que acreditam que possa funcionar. Uma hipótese. Uma experiência. Uma tentativa. Um método para funcionar a economia. Uma teoria. Uma incerteza. Um imponderável.
Pode ser que e poder ser que não.
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Para entrar na discussão sobre a escravatura, neste nível, é preciso recorrer ao marxismo. E é evidente que é uma análise válida. Tão válida que não é possível dizer que agora há liberdade de trabalho por oposição à escravatura.
Porque temos de começar a falar na ideia de Liberdade e isso um economista, engasga-se logo, a não ser que seja culto e humanista.
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O neo acredita que o liberalismo económico gera maior riqueza para todos, quando a concentra apenas em alguns, porque as migalhas podem repartir-se em maior número do que no sistema social-democrata.
Há aqui um catch, um paradoxo, um factor de imprecisão: o neo acredita em esquemas que afundam a economia, como se viu. Por um motivo que devia ser bem claro: incentiva a ganãncia natural no ser humano para além do admissível. E é essa a contradição. A maior liberdade não gera a maior responsabilidade. Antes pelo contrário, tal como acontece com as crianças.
Os neo são crianças a tratar da economia de todos.
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“Por um motivo que devia ser bem claro: incentiva a ganãncia natural no ser humano para além do admissível. E é essa a contradição. A maior liberdade não gera a maior responsabilidade. Antes pelo contrário, tal como acontece com as crianças.”
Hoje está inspirado…e apurado.
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É simples resolver esse dilema, para um lado vão os terríveis neo, para o outro vão os marxistas tontos. Que tal? Pois é os marxistas tontos não conseguem viver sem explorar quem cria e quem inova…
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«O problema é que há quem acredite que afinal a economia lida com o maior imponderável que existe e que não é catalogável em categorias estanques: o Homem.»
Para referência, e ainda que haja que reconhecer que são muito raros os economistas liberais que sejam cultos, talvez um com Man, Economy, and State de Murray Rothbard, possa trazer alguma luz.
Para aqueles que se sentem mais à vontade com uma chave interpretativa jurídico-económica, talvez o livro de Jesús Huerta de Soto possa ter alguma utilidade.(*)
_____________________
(*) – Peço desculpa pela dimensão, em número de páginas, das duas sugestões de leitura que deixo. Mas, enfim, o que hei-de fazer? Eu sou um dos defensores da cartilha, um tipo que, mesmo que ateu, se alimenta intelectualmente de fezadas.
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Esqueci-me do link para o livro de Jesús Huerta de Soto: Money, Bank Credit, and Economic Cycles . Aqui fica.
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E a crueldade do salário?
E a crueldade das férias?
E a crueldade do fim-de-semana?
E a crueldade do intervalo para o almoço?
E a crueldade do horário de trabalho?
E a crueldade da licença de parto?
Vamos todos lutar pelos direitos humanos! Trabalho à jorna, já!
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Jose
Tantos absurdos e tantos preconceitos dificultam a discussão. Toda essa catadupa de neo-isto, neo-aquilo é apenas uma tentativa de entricheiramento sem sentido. Criou um fantasma e agora dá tiros contra esse fantasma. D. Quixote não faria melhor.
O Chomsky tem tanto lugar aqui como um homeopata numa discussão sobre medicina. No dia em que ler algo do Chomsky que leve em conta os conceitos mais básicos da ciência económica – o que até agora nunca vi – abrimos-lhe as portas. Até lá é perder tempo.
Aliás, nem vejo grande utilidade em discutir com alguém que acha que não há qualquer relação entre salário mínimo e desemprego. Concebo a discussão noutros termos: se apesar de se saber que a instituição de um salário mínimo elevado condena as pessoas menos preparadas ao desemprego e causa um empobrecimento de toda a população via acréscimo de impostos, mesmo assim se deve impor essa regra, porque outros valores poderão ser tidos em consideração. Infelizmente, esse debate é mais raro, uma vez que os argumentos em defesa do salário mínimo se tornam conceptuais e longe da realidade empírica observável – como por exemplo a que esta história de Samoa documenta.
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#94.
O problema está em polarizar propositadamente o mundo nesses em dois compartimentos estanques para depois brandir da ameaça velada de que quem não é neoliberal é necessariamente marxista ou coisa pior.
Se fosse hegeliano, diria que lhe falta o momento da síntese.
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Caro Romão,
«Permita-me sugerir-lhe a hipótese, ainda que académica, que pelo menos em épocas de crescimento económico saudável, a existência de uma lei que impõe um salário mínimo na realidade induz os empregadores a pagar menos do que pagariam caso essa lei não existisse?» (EF)
«Acredito. Há quem ganhe à comissão. O problema são as épocas más. Por isso há muita gente que prefere complementar o vencimento variável com um vencimento fixo.» (Romão)
Diz bem. O (maior) problema está nas épocas más. Por exemplo, acha que subir o salário mínimo em épocas más é uma medida favorecedora na defesa do emprego? O que é preferível: emprego com salários baixos ou desemprego com subsídio de desemprego ainda mais baixo (esquecendo as fraudes, claro)?
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JCD:
Não me parecem absurdos nem preconceitos. Apenas tópicos de discussão.
Para mim, o problema coloca-se muito simplesmente neste parâmetros:
A Economia funciona com base em múltiplas regras, nem todas compreensíveis ou capturáveis pela compreensão humana. Há demasiados imponderáveis na Economia, a começar pelos naturais, da Natureza e portanto, para quem não é crente, da natureza animal que subjaz ao ser humano.
O Chomski entra aqui, nesta discussão porque a linguística também é um instrumento para descodificar conceitos e é nesta base que se criam teorias e ideologias.
Depois os factores da própria Natureza e o conhecimento dos seus mecanismos que não podem naturalmente ser abarcados integralmente por quem estudou as teorias económicas inventadas por outros ou os mecanismos de funcionamento do sistema.
Tendo em conta esses factores de aleatoriedade tal implica que as pessoas mais humildes que devia haver são…os economistas. A eles se aplica com toda a propriedade o conceito que só sabem que nada sabem.
Portanto, quem discute estas matérias ao nível das citações apontadas pelo Eduardo F. sabe perfeitamente que só na Filosofia se pode abarcar conceptualmente a mecânica de funcionamento da Economia. Por isso Marx, Engels e outros teóricos foram também buscar á Filosofia o que pensaram. Hegel, por exemplo.
E Von Mises mais não é do que um filósofo, parece-me a mim que sou leigo. E dos que têm teorias tentadoras, mas que depois desembocam em neoliberalismos que esquece o que escrevi: a maior liberdade na economia não gera necessariamente a maior responsabilidade. Isso acontece com a doutrina Católica, vejam lá! Aí é que a responsabilidade é inerente à liberdade…parece-me a mim que sou leigo.
Portanto se a discussão se mantiver no estrito parâmetro de saber se o SMN gera maior pobreza do que o contrário, isso merece demonstração, com maior rigor do que a simples afirmação por fé cega.
E sem esquecer o ambiente discursivo que molda o liberalismo.
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“No dia em que ler algo do Chomsky que leve em conta os conceitos mais básicos da ciência económica – o que até agora nunca vi – abrimos-lhe as portas. Até lá é perder tempo”
depois desta tirada o preconceito está onde?
afinal sempre deveria ter-lhe chamado ignorante no inicio deste debate.
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Daniel:
“E a crueldade do salário?” – o salário não tem nada de cruel. É o pagamento de um serviço, livremente acordado entre as partes.
“E a crueldade das férias?
E a crueldade do fim-de-semana?
E a crueldade do intervalo para o almoço?
E a crueldade do horário de trabalho?
E a crueldade da licença de parto?”
Todos os direitos atribuídos pelo legislador ao trabalho têm um impacto nos níveis salariais, mas não impedem em nenhuma circunstância a celebração de um acordo entre duas partes, se ambos o desejarem. Aliás, há inúmeros outros direitos acordados entre trabalhadores e várias empresa que nada têm a ver com a legislação – por exemplo, seguros de saúde, benefícios familiares, sistemas de empréstimos a funcionários, prémios vários, etc. Este tipo de benefícios ocorre onde a concorrência é maior – e menos no trabalho pouco qualificado, como é fácil entender.
Quando as regras são irrealistas, passam a funcionar como o salário mínimo – deixam de ser direitos e passam a ser exclusão. O que o salário mínimo faz é condenar ao desemprego todos aqueles que, sem essa regra, teriam oportunidade de ter um emprego e agora deixam de ter. – como aconteceu com os trabalhadores da indústria de conservação alimentar na Samoa Americana que, antes de perderem os seus empregos, ganhavam 3,25 USD/hora – cerca de 7 vezes o salário médio dos vizinhos de Samoa.
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Em toda esta discussão, ainda não vi nenhum dos defensores do salário mínimo provar que ele não cria desemprego e que é uma medida potenciadora da criação de riqueza.
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Nos tempos áureos do esquerdismo de 68, havia em França um grupo musical chamado Groupe Culturel Renault e que gravava para uma etiqueta , a Chant du Monde ( que editou Luís Cília quando estava em França) e que agora se chamaria ” World Music”.
Pois bem. Uma das canções desse grupo de 1974/75 era Cadence. Cadência, em que mencionava o ritmo da fábrica como algo semelhante às grilhetas do algodão dos pretos no Sul da América.
Esses problemas podem ser coisas do passado, mas a famosa “liberdade” de trabalho, actual e em versão neo, tem muito que se lhe diga.
Trabalhar, segundo os nazis que citavam outros, era um meio de libertação. A religião encara o trabalho como um meio de alcançar a santidade também.
Portanto, estamos outra vez reduzidos à filosofia…
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Outro da mesma época e que cantava as agruras do trabalho nas fábricas é este: Dominique Grange
Passava muito no rádio Renascença, de 1975, no programa Página Um, apresentado sabem por quem?
Luís Paixão Martins. Esse mesmo, o da agência de imagem…
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Não adianta, José. Não adianta discutir consigo. Já gastaram as etiquetas todas, depois disso o que fica?
Mais vale fazer como a Zazie, pôr-lhes o rabo à mostra, ainda que seja muito feio o que fica à vista.
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E a crueldade da vida?
Morto é que se está bem. É um descanso…
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#100.
Caro Eduardo,
Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho. Os contratantes naturalmente tenderiam a concordar num valor que permitisse aos assalariados viver com um mínimo de dignidade e aos empresários pagarem os seus custos de operação e investimento e ainda ter os merecidos lucros pela actividade que desenvolvem. A verdade é que a ganância sem freio que caracteriza o capitalismo e que move a máquina vai sempre exercer o seu peso máximo na celebração dos contratos de trabalho; as únicas forças que a travam são o Estado e as organizações de trabalhadores. E nos países onde a ganância encontra maior resistência (p. exemplo, a Alemanha), não consta que o capitalismo seja um fracasso ou que as empresas sejam mais pobres ou que haja mais desempregados. There’s a catch, isn’t there?
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“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Na verdade, o que argumento é que não há necessidade do estado impor um salário mínimo. Há muitos países sem salário mínimo (quase todos os países nórdicos, por exemplo, a Áustria, a Alemanha, Singapura, etc), e outros em que o salário mínimo não tem qualquer impacto por estar abaixo do nível de salários praticados na economia. Durante muitos anos, em Portugal foi assim. Um salário mínimo de 300 quando toda a gente ganhava acima de 400 não tinha grande mal. O problema, que se está a ver agora em Portugal e Espanha, é quando o salário mínimo sobe para lá dos valores que a economia consegue pagar. É também o exemplo do post. Pessoas empregadas foram despedidas por legislação.
Ainda estou para perceber qual é a ética de condenar gente remediada à pobreza, mas espero sinceramente que um dia alguém me consiga explicar.
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José
Compreendo perfeitamente que muita gente prefira debater economia refugiando-se na filosofia ou na sociologia – o liberalismo também não é um conceito económico. Mas o que este post exemplifica é que decisões políticas que ignorem os conceitos básicos da economia têm um terrível efeito sobre a vida das pessoas – são cruéis.
Repare que o legislador até actuou de boa fé – acreditou que legislando sobre o aumento do salário mínimo ia melhorar a vida de toda a gente. No fim, lançou milhares de pessoas para o desemprego. Aliás, quase todo o discurso anti-capitalista se baseia numa crença de que é possível controlar e dirigir a economia de acordo com uma utopia socialista que já foi testada e despencou 40 vezes. Quase sempre pela mesma razão – incompreensão da natureza humana e dos incentivos que funcionam para quase todos nós.
Quando alguém não aceita sequer o 101 da economia – aqueles coisas que se ensinam nos primeiros dias de todos os cursos de economia – pode usar toda a filosofia que entender que na prática, vai resultar em tragédia.
Era essa base que gostaria de ver aqui expressa. Por exemplo, gostava de vê-lo aceitar aqui a relação entre salário mínimo e desemprego – mas parece que vou ter que esperar sentado.
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“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Claro. É essa a essência do problema e que não tem solução porque a ética não é para aqui chamada, segundo os cânones neoliberais.
Um pobre a pedir na rua merece o quê? A condição que tem?
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Zazie, não estrague a discussão. Escreva estas coisas importantes que tem para dizer no Cocanha e prometo linká-la a partir daqui.
Obrigado.
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“Um pobre a pedir na rua merece o quê? A condição que tem?”
Está a referir-se a algum dos desempregados a que se refere este post?
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“Por exemplo, gostava de vê-lo aceitar aqui a relação entre salário mínimo e desemprego ”
Pode esperar sentado porque escreverá assim, penso eu de que.
Mas aceito de bom grado essa relação, apenas com um acrescento: demonstre-o. Não para mim, mas para os demais.
Como acaba por concordar, a Economia teórica não é uma ciência porque fica a dever demais às “ciências humanas”.
Por isso, a ideia sobre um fenómeno como esse, precisa de ser bem explicada e entendida e por isso não basta uma fezada ou um palpite sobre o que nos parece.
Aliás, basta dar o exemplo do investimento público “keynesiano”, para se ver onde param estas discussões: há quem o defenda com argumentos racionais e quem defenda precisamente o contrário exactamente com a mesma racionalidade. E são professores catedráticos, não diletantes como eu.
Por isso, onde está a razão e a verdade? Na FÉ?
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#113:
Refiro-me aos pobres, aos que pouco ou nada têm e nem esperança sequer para conseguir uma vida melhor.
O neoliberalismo não os contempla na receita.
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“O neoliberalismo não os contempla na receita.”
Sobre o ‘neoliberalismo’ não sei, tem que ir atrás dos moinhos de vento e perguntar-lhes. O capitalismo, até agora tem sido imbatível na melhoria dos níveis de vida da população. Mesmo hoje, afogados em impostos e em regulamentações absurdas, dos 50 países que melhores condições de vida deram aos seus cidadãos, a única característica que têm em comum, são muitos anos de capitalismo, mais ou menos puro.
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O neoliberalismo só os inclui na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
É ou não é assim, mesmo em caricatura?
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Em época de vacas magras como agora ( e sempre em Portugal), os pobres têm sempre a alternativa de votar no comunismo porque lhes garante a felicidade na terra. Os amanhãs a cantar.
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#117:
O que eu pergunto ( não contesto muito porque não sei) é se esse raciocínio estará certo…
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Quem é que disse que o capitalismo só pode ser neoliberalismo?
Acaso foram os neotontos que inventaram a mais antiga forma de troca?
Mas eu gostava era de saber quais são os tugas que, se não aceitarem 475 euros por mês têm de ir para o desemprego
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E porque é que é proibido perguntar-se se acaso quem não aceitar os 475 euros não pode receber menos a recibos verdes, pagando o próprio os descontos para o Estado?
Porque é que isto tem de ser censurado?
Faz parte da tal ética liberal?
Eu julgava que os comunas é que não admitiam perguntas chatas.
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Se calhar fiz mal a pergunta:
Quais são os empregadores que, por não poderem pagar 475 euros/mês e substituírem por menos a recibos verdes, têm de ir para o desemprego.
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Se calhar são os tais do import/export de carne no porão a quem às vezes nem pagam e que depois todos se queixam que ainda vêm para cá para a mendicidade ou para viverem do RSI.
Alguma lógica a meias há-de haver nisto. Neste estranho paradoxo de gente que não pode pagar e de gente que fica desempregada para outros viverem por tuta e meia, clandestinos e a monte no mesmo quarto.
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A boca mais gira acerca destes consensos internacionais e internos foi a do Dragão-
Se calhar temos desempregados a mais e sem-abrigos a menos.
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Quais recibos verdes qual carapuça … então nunca ouviu falar em contratação a tempo parcial ? Ou em esquemas de trabalho intervalado, por turnos de 4 horas por exemplo ? Há muitas formas de contornar a questão do SMN … perguntem ao eng.º Belmiro quantos assalariados tem lá nos hipers a ganhar menos que o SMN ??
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“O capitalismo, até agora tem sido imbatível na melhoria dos níveis de vida da população”
Sem dúvida. É por isso que sou contra o comunismo. Mas não é essa a questão e não adianta fugir a ela: a social-democracia assenta no sistema capitalista.
Logo…há por aqui um sofisma.
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Irrelevante, o que interessa é se o posto de trabalho tem produtividade para justificar 475/mês Euros de ordenado que na prática pode bem ser equivalente a 1000/mês de gastos: incluíndo despesas de administrativas, renda, electricidade,comunicações, equipamento para o posto de trabalho existir, impostos/segurança social, subsídios de férias/natal, mais o lucro da empresa e o risco/despesas legais. Só depois dessas margem haverá um trabalho.
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O Marques dos Santos do Pingo Doce paga quase o SMN às “empregadas de reposição”.
Porquê? Não pode pagar mais…coitado.
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“a social-democracia”
A social democracia é pouco adaptável a variações demográficas, etárias e tecnológicas. Um País saído de uma guerra até com Comunismo cresce e fica mais rico(ou melhor dizendo menos pobre), depois chega ao nível de Cuba ou União Soviética(na menos má das hipóteses) e fica estagnado por ali.
Quanto mais riqueza e complexidade económica existe mais chances de os sistemas cheios de regras que distorcem a economia a fazerem parar. Agora já chegámos aos limites da riqueza que é possível criar na Europa com este sistema. Aliás o nível de dívida diz-nos que estamos mais ricos do que devíamos.
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#127.
Obviamente.
Mas a polarização extremada das posições capitalismo/socialismo só serve a quem se posiciona nos extremos.
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#130.
A mim o nível de dívida diz-me que deslocalizámos a produção e continuámos com o consumo. E quem cresce é a China, até implodir, como nós. E essa é a essência do capitalismo desregrado. Uma piranha que não tendo mais por onde comer come-se a si própria.
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According to European Central Bank, average annual economic growth in the euro-zone countries was 3.4% in the 1970s, 2.4% in the 1980s and 2.2% in the 1990s. In the decade of the euro, from 2001 to 2009, it was just 1.1%.
http://blogs.wsj.com/brussels/2010/05/26/klaus-asks-when-will-euro-zone-fall/?mod=rss_WSJBlog&mod=brussels
Panamá já está melhor que a Grécia…
That’s right, sun bugs, the country that gave us Gen. Manuel Noriega, Mariano Rivera and tons of high-quality cocaine was raised yesterday to investment grade. S&P assigned the country a triple-B-minus…
Panama’s debt is under 40% of GDP (a level achieved last year by just three of the 16 euro-zone countries, Luxembourg, Slovakia and Slovenia) and its deficit is expected to be 1.4% of GDP this year. (No, Athens, Madrid and Dublin, the decimal point is not in the wrong place.)
http://blogs.wsj.com/brussels/2010/05/26/you-know-youre-in-trouble-when/
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“O neoliberalismo só os inclui (os pobres) na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
É ou não é assim, mesmo em caricatura?”
Mas há alguém, em consciência que não retire esta conclusão ?
Isto são discussões vazias e ôcas em pólos opostos do globo.
Formas de pensar e ser diferentes, valores comprometidos vs valores descomprometidos.
Nem vale a pena opinar (como referiu jcd num post anterior, não acrescenta nada ao tema em debate…a essência do pensamento, a raiz à priori formulada não o permite).
Eu, encontro-me do lado dos perdedores e dos vencidos…resta-me a ética e o carácter…pouco, muito pouco e insuficiente nos dias de hoje.
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…É ACTIVAR O TRIBUTO SOCIAL E GENERALIZAR ESTA “CANALHA” SEM EMPREGO COMO OPORTUNISTAS E BODES ESPIATÓRIOS DO ESTADO DA NAÇÃO.
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“A mim o nível de dívida diz-me que deslocalizámos a produção e continuámos com o consumo. E quem cresce é a China, até implodir, como nós. E essa é a essência do capitalismo desregrado. Uma piranha que não tendo mais por onde comer come-se a si própria.”
Nada disso.
Se for ver o valores a produção industrial aumentou também na Europa e nos EUA. O aumento de produtividade é que torna impossível 5 dias de trabalho por semana e manutenção de emprego. Porque é que não precisamos de mais estradas? a produtividade deu para fabricá-las todas num curto espaço de tempo. E casas? idem… e agora? nada disto tem que ver com Chineses uma vez que as estradas deles não nos servem.
E quando os Asiáticos e Africanos tiverem todos carros? e Computadores? Vai comprar um DecaCore para fazer processamento de texto ou basta o dual core? os benefícios tangíveis tornam-se mais difíceis. Depois do HD o que será? vai valer a pena passar para o HDXYZ?
Nós estamos a entrar em novo território porque no passado recente tivemos sempre guerras que nos fizeram ter começar de novo.
Ou seja tivemos escassez de coisas básicas, as últimas provocadas por nós em guerras mundiais.
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“O neoliberalismo só os inclui (os pobres) na sobremesa. Ou seja, depois do prato principal ter sido servido aos comensais, as sobras e a sobremesa pode chegar. Quando os demais estiverem de pança cheia.
É ou não é assim, mesmo em caricatura?”
Hmm a pobreza portuguesa é criada pelo Socialiismo…educação que destroí os bons alunos, economia que lixa quem não conhece quem gosta e pode usar o dinheiro dos outros. No socialiismo há muito poucos criadores.
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#136.
As inovações tecnológicas e o marketing deixam-me bastante confiante de que será sempre possível fazer surgir produtos novos e, sobretudo, desejos novos. O sucessor do HD já está encontrado, é o 3D. E depois do 3D falta ainda incluir no pacote televisivo a experiência dos restantes sentidos, provavelmente um de cada vez e a realidade aumentada; enfim, as possibilidades são mais que muitas.
Se as empresas não tivessem deslocalizado as suas produções para a China, estaríamos na situação de dívida que estamos presentemente? Mesmo tendo em consideração que também crescemos, ainda que muito menos.
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“Hmm a pobreza portuguesa é criada pelo Socialiismo…educação que destroí os bons alunos, economia que lixa quem não conhece quem gosta e pode usar o dinheiro dos outros. No socialiismo há muito poucos criadores.”
Ó lUCKY, concordo em tudo consigo, desde que visualize que TODOS os partidos praticam o Socialismo em Portugal !!! Não há males menores, pertence Tudo ao mesmo clâ !
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“Acho que se o capitalismo fosse um sistema ético, como apregoa o economista de renome que JCD linkou, não haveria necessidade de o Estado impor um patamar salarial mínimo. Isto é o que eu acho.”
Como julgo ter ficado claro para todos, não foram apresentados argumentos de índole económica para a defesa da existência de um salário mínimo nacional que constituiram o “desafio” que Jcd lançou com este post para os seus defensores.
A argumentação apresentada – a favor do salário mínimo – sempre se dirigiu para a necessidade de intervenção estatal nas economias para regular, por imposição ética, as “falhas” dos mercados que, supostamente, desprezam e espezinham os pobres. Isto apesar de, como Jcd apontou, existirem várias economias robustas onde o mesmo não existe.
Ora, discutir todo um sistema ético nestas caixas de comentários releva da total impossibilidade. Por essa razão, e para tentar repor o necessário rigor quanto ao calibre intelectual dos grandes nomes defensores do liberalismo – simultaneamente filósofos, historiadores, economistas quando não também também juristas -, entendido enquanto um sistema de valores na defesa da liberdade individual, só a leitura e o estudo poderão permitir essa discussão.
Existem “n” livros que pretendem demonstrar a superioridade moral e ética do capitalismo ou, o que vai dar ao mesmo, a impossibilidade do funcionamento de uma sociedade socialista e a total corrupção de valores que lhe subjaz.
Numa escolha muito pessoal, recomendaria:
1 – De Ludwig von Mises, e para quem gosta de ler o original – “Die Gemeinwirtschaft: Untersuchungen über den Sozialismus” ou, na versão inglesa, “Socialism, an Economical and Sociological Approach”.
2 – De Friedrich Hayek, “The Road to Serfdom”.
3 – De Murray Rothbard, “The ethics of Liberty”.
4 – De Thomas Woods, “The Church and the Market”.
5 – De Hans-Hermann Hoppe, The Economics and Ethics of Private Property.
6 – De Ayn Rand e outros (entre os quais Alan Greenspan antes de o exercício do Poder o ter encadeado…), “Capitalism: The Unknown Ideal”
7 – De Jörg Guido Hülsmann, The Ethics of Money Production.
8 – De Michael Novak, “The Catholic Ethic and the Spirit of Capitalism”.
9 – De Milton Friedman, “Free to Choose”.
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Não vou falar de salario minimo!
Vou falar de comparticipações, hoje publicadas no correio da manhã:
Turismo de Portugal
1 milhão de euros
Instituto do Desporto
1 milhão de euros
Estas comparticpações foram para Raly de Portugal
Quem apresenta as contas destas participações, quem as confere,
estavam a falar de salario minimo, podem continuar: o PEC continua!
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“O que eu pergunto ( não contesto muito porque não sei) é se esse raciocínio estará certo…”
Então, ninguém ajuda o José?
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Com censura ou não, coloquei aqui dois comentários que foram engolidos por artes mágicas. E o sistema até me disse que os enviei em duplicado…
Eram sobre o nosso capitalismo à portuguesa.
Soube pelo Correio da Manhã que o BES apostou forte na Venezuela. Aposto que ninguém falou ao Chavez sobre a juíza que foi presa por ordem dele…
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«Soube pelo Correio da Manhã que o BES apostou forte na Venezuela. Aposto que ninguém falou ao Chavez sobre a juíza que foi presa por ordem dele…»
Mas, Caro José, não temos dito – V. e eu – outra coisa, pois não?
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#140.
Eduardo,
dois reparos:
“Como julgo ter ficado claro para todos, não foram apresentados argumentos de índole económica para a defesa da existência de um salário mínimo nacional que constituiram o “desafio” que Jcd lançou com este post para os seus defensores.”
O argumento que o JCD apresentou tem o quê de económico? Baseava-se na premissa de que é melhor trabalhar e ganhar pouco do que não trabalhar e ganhar nada e, sobretudo, na declaração de que entre dois contratantes de vontades livres o estado não devia interpor a pata legisladora. O que é que isso tem de económico? Pegou-se na totalidade da economia da Samoa, pelo menos, para análise para concluir que se perdeu mais do que se ganhou? Alguém mencionou os casos em que as pessoas que não foram despedidas passaram a ganhar mais?
“A argumentação apresentada – a favor do salário mínimo – sempre se dirigiu para a necessidade de intervenção estatal nas economias para regular, por imposição ética, as “falhas” dos mercados que, supostamente, desprezam e espezinham os pobres. Isto apesar de, como Jcd apontou, existirem várias economias robustas onde o mesmo não existe.”
Em primeiro lugar, não são “falhas” dos mercados: é assim que funciona deliberadamente a economia mundial. Faz parte do manual do capitalista moderno, não é um descuido. Em segundo lugar, quando existe um contrato com o Estado que constitui a base das sociedades modernas, como é nosso caso, espera-se que o Estado defenda os mais vulneráveis de todos os inimigos, mesmo os que falsos cordeiros que vendem a evangelização da prosperidade automática. Em terceiro lugar, acha coincidência que seja nos locais onde existe um contrapoder mais eficiente que sejam exactamente os locais onde o Estado já não precisa de exercer o seu poder regulatório?
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“O argumento que o JCD apresentou tem o quê de económico? Baseava-se na premissa de que é melhor trabalhar e ganhar pouco do que não trabalhar e ganhar nada e, sobretudo, na declaração de que entre dois contratantes de vontades livres o estado não devia interpor a pata legisladora. O que é que isso tem de económico? Pegou-se na totalidade da economia da Samoa, pelo menos, para análise para concluir que se perdeu mais do que se ganhou? Alguém mencionou os casos em que as pessoas que não foram despedidas passaram a ganhar mais?”
Pouco? Acha que quem ganha o equivalente a 6 salários médios de Cuba, a 7 vezes o salário médio da vizinha Samoa ganha pouco? Qual é o seu critério de ‘pouco’?
Há pessoas que passaram a ganhar mais? Certamente. Haverá algumas, até porque a fábrica ainda trabalhou algum tempo até encerrar. Mas deixe-me entender o seu raciocínio – é preferível que alguns sejam despedidos para que outros ganhem mais? Sempre pensei que o argumento à esquerda era justamente o oposto… mais vale ganhar menos em nome da igualdade do que promover a exclusão.
“Em primeiro lugar, não são “falhas” dos mercados: é assim que funciona deliberadamente a economia mundial. Faz parte do manual do capitalista moderno, não é um descuido.”
O que é, exactamente, um capitalista moderno? As pessoas que fazem empresas são capitalistas? O empreendedorismo é capitalismo? As grandes empresas (que um dia foram pequenas) são capitalistas? Os que defendem a menor intervenção do estado, são capitalistas? Os que gostariam de ver os samoanos com emprego, são capitalistas?
Se definirmos, de um modo simples, capitalismo como ausência de coerção sobre a livre contratação, para que serve o “manual”?
“Em segundo lugar, quando existe um contrato com o Estado que constitui a base das sociedades modernas, como é nosso caso, espera-se que o Estado defenda os mais vulneráveis de todos os inimigos, mesmo os que falsos cordeiros que vendem a evangelização da prosperidade automática.
Confesso que alguns dos seus argumentos me deixam baralhado. A que é que chama ‘defesa’ dos mais vulneráveis por parte do estado? Mandá-los para o desemprego? Quem é que defende a prosperidade económica? Que eu saiba, só o socialismo promete maravilhas dessas (lembre-se do homem novo, do sol que brilha). O capitalismo não promete nada excepto liberdade e protecção dos indivíduos, e apesar disso, consegue sempre melhores resultados. A razão acaba por ser compreensível: a menor intervenção na economia diminui as probabilidades de estragar o que existe.
“Em terceiro lugar, acha coincidência que seja nos locais onde existe um contrapoder mais eficiente que sejam exactamente os locais onde o Estado já não precisa de exercer o seu poder regulatório?”
Exemplos há muitos, de todos os tipos. Dei aqueles porque demonstram que um país pode ser rico e até ter níveis de protecção social elevados patrocinados pelo estado sem destruir alguns incentivos básicos do livre funcionamento da economia. Também não há salário mínimo em Hong Kong, Singapura, Cabo Verde ou Somália. Como a opção legislativa é sempre tomada por motivos políticos e com base em pseuso-ciência económica, a maior parte dos países, ricos ou miseráveis, aprovam-no.
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Caro Romão,
Perdoar-me-á que retome esta interessante discussão mais para depois do jantar? Obrigado.
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Shangai já tem rendimento per capita próximo de Lisboa, ou seja maior que uma boa parte de Portugal
na Índia para lá caminham:
India’s economy grows at fastest pace in 2 years
India economy grew 8.6 percent in Jan-Mar quarter, best in 2 years as manufacturing rebounds
http://finance.yahoo.com/news/Indias-economy-grows-at-apf-1347952416.html?x=0
A 8 a 7% de crescimento duplicam o rendimento em 6 ou 7 anos.
Animem-se Portugueses, as fabricas deslocalizadas estão quase a voltar!
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Salário mínimo 200 euros? É perigoso, os trabalhadores ainda se habituam a esse luxo.
Que tal o Jcd viver, só, um aninho com 200 euros por mês. Ficávamos a saber o outro lado da história.
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o Jcd é um filantropo, está tão preocupado com os desempregados e com o desemprego e então é evidente que se deixar de haver regulação do salário mínimo que o desemprego vai baixar logo como por magia e todos os desempregados vão passar a ter a liberdade de poder trabalhar por 4 ou 5 horas por 200 euros ou menos, ou 8 ou 9 por 300 e depois de comerem as migalhas para não caírem inanimados, pagarem as solas dos sapatos e os transportes para terem a liberdade de ir trabalhar, ainda terão o previlégio de fazer poupanças, para libertar a banca dos seus pedidos de crédito à habitação…
é muito 475 euros? então gostava de ver o Jcd viver com 390 euros todos os meses por 43 horas de trabalho numa fábrica de calçado ou numa caixa dum hipermercado do Belmiro!…
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Muito bem JCD; disse tudo; os salários não devem ser superiores ao que a economia comporta. Ouvi ontem Hernâni Lopes – plano inclinado – enfatizar, a título pedagógico, uma regra primordial; em economia o ajustamento ocorre sempre. O desemprego é a contrapartida do salário excessivo.
A questão é outra e desfragmenta-se em vários elementos – não é necessário ler tanto calhamaço nem tão pouco recorrer ao cálculo diferencial mas, pragmatismo, baseado na experiência do terreno é fundamental -:
Sendo a produção de riqueza limitada, para elevar o salário mínimo é imperioso reduzir correspondentemente os salários superiores, afim de que a produção de riqueza continue. Ora o que se verifica é que as classes profissionais com poder de disrupção na vida social e económica, conseguem para si próprios, continuadamente, aumentos salariais mais elevados, condenando as classes menos qualificadas ao empobrecimento. Isso tem-se verificado drasticamente em Portugal nesta 3ª República. Portanto pergunto: Quantos, dos que defendem o aumento do salário mínimo político estão dispostos a reduzir o seu próprio salário para que tal seja possível?
Por outro lado; aumentar o salário -mínimo neste caso- a um trabalhador que não tem capacidade para evoluir -ou não quer- além de degradar a capacidade de produzir riqueza cria tensões graves no seio de qualquer empresa agravando esse efeito. Portanto; o decretamento político do valor do salário mínimo implica, necessariamente o despedimento. E ele acabará, sempre por ocorrer!
Por outro lado, a responsabilidade da qualificação da população que lhe permita furtar-se à miséria, é do Estado. Precisamente a entidade que, perante a sua incompetência, empurra para outros o consequente ónus, decretando o salário mínimo, reduzindo assim a prazo, inevitavelmente, as contrapartidas a título de contribuições líquidas para o sistema.
Apesar de tudo, a regulação e fiscalização é necessária à prevenção dos abusos, pois bem sabemos que, salvo raras excepções, a ambição humana não tem limites e é implacável; seja no regime socialista, capitalista, social-democrata, ou outro qualquer. No entanto, a demagogia política, muitas vezes, substitui a racionalidade económica diferindo apenas no tempo, o pagamento da factura, ou seja; o ajustamento acabará sempre por ocorrer.
Claro que impõe-se perguntar; até que ponto estamos interessados em fomentar uma cultura cívica efectiva baseada no respeito pelo outro?
Anda por aqui gente muito bem preparada e intencionada, mas, às vezes não
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Desculpem, queria dizer;
Anda por aqui gente muito bem preparada e intencionada, mas, às vezes não parece.
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Caro JCD,
Que tal se dar ao trabalho de se colocar no lugar do outro? Ninguém lhe ensinou a fazer isso? Talvez aprenda alguma coisa e talvez, quem sabe, deixe de defender as enormidade que habitualmente defende.
Dou-lhe um exemplo muito simples:
O dono de uma empresa do norte do país achava muito estranho que 1/3 dos seus empregados faltasse sistematicamente numa certa altura do ano. Mais tarde acabou por descobrir que esse terço de trabalhadores faltava durante três semanas com atestado médico para ir apanhar morangos em… Espanha!! E porquê? Porque o salário que recebiam era demasiado baixo para poderem pagar a renda de casa (sim, estas pessoas têm que viver em algum sítio), comer (sim, estas pessoas também comem por muito estranho que isso possa parecer), vestir (parece que esta malta também se veste, parece estranho mas é assim), pagar o material escolar dos filhos (sim, parece que oferecem aos filhos o luxo de estudar), comprar medicamentos (parece que também adoecem), etc..
Por isso lhe digo, antes de atirar com pedradas destas ouça as pessoas que quer atingir!
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Já agora, está disponível para baixar os seus rendimentos? Se sim, em quanto?
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“perguntem ao eng.º Belmiro quantos assalariados tem lá nos hipers a ganhar menos que o SMN ??”
O Belmiro não sei. Mas na concorrência por 4h ganho o SMN.
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