Um dia na vida de um professor
Como já o disse, não estava previsto voltar ao ensino. Depois da minha saída em 1994, quando leccionava Práticas Administrativas no Secundário – por já naquele tempo achar que esta profissão em que se anda de mochila às costas não oferecia estabilidade suficiente para poder organizar a minha vida -, nunca mais tive sequer vontade de retomar a carreira. A cada ano, as notícias sobre professores só me davam razão. Porém, e depois de muita insistência, acabei por aceitar substituir uma colega que saíra e não havia docente para suprir a vaga. Já lá vão 3 meses e ainda estou estupefacta com o estado a que chegaram as escolas públicas.
É preciso estar dentro do problema para entender o problema. Ninguém de fora, por muito que tente, consegue sequer vislumbrar o real estado da educação pública em Portugal. Ninguém. Mesmo contado, fica muito aquém. Mas vou tentar.
As escolas públicas parecem manicómios. Não, não estou a ironizar. As crianças têm mesmo imensos problemas de toda a ordem. E profundos. É perturbador. Numa sala de aula, mesmo na presença do professor, temos meninos que berram em vez de falar; que correm e saltam por cima das mesas; que choram por tudo e por nada; que atacam outros colegas com agressividade; que fazem bullying umas às outras; que têm necessidades já diagnosticadas de acompanhamento especial. Como é que se pode ensinar com qualidade os meninos que chegam assim e estão todos reunidos numa turma?
É muito fácil culpar os professores quando não se sabe com que batalhas se confrontam todos os dias. É dos desafios mais difíceis que já vi. E só agora percebo por que razão os meninos vêm da primária a saber pouco: é impossível ensinar nestas condições. Impossível.
Numa turma, enquanto estavam a fazer um trabalho de grupo, uma menina, a líder da turma, começa de repente um jogo: “quem gosta do professor levanta o braço!”. Toda a turma levanta o braço. “Quem quer que o professor nunca saia desta escola levanta o braço”. Todos levantaram o braço. “Quem não gosta do “H” levanta o braço”. Todos, excepto um, levantam o braço. “Quem quer que o “H” saia desta escola para sempre, levanta o braço”. Todos, menos um, levantaram o braço. Interrompi abruptamente a “brincadeira”, ainda tonta com o que acabara de ouvir. Escusado será dizer que a partir dali a aula foi de psicologia, com a advertência e a proibição absoluta destes comportamentos nas minhas aulas. Bullying em plena sala de aula sem constrangimentos? Está tudo doido? Como é possível, em meninos de 11 anos?
Numa aula do 1º ano explicava uma actividade que íamos desenvolver e, enquanto formávamos um círculo, dou conta que um menino e uma menina estavam de boca aberta e a tocarem-se com a língua, mesmo à minha frente. Quando os questionei sobre o que era aquilo, não responderam. Minutos depois voltaram ao mesmo e de novo tive de os separar. Estamos a falar de meninos com 6-7 anos.
Noutra ocasião, por um motivo fútil, começou uma batalha campal com um teor de agressividade que não se consegue imaginar em tão tenra idade. Uma violência tal, com expressões de fúria, que me obrigaram a separar os agressores exigindo um pedido imediato de desculpas, para passados poucos minutos voltarem ao mesmo.
Ontem as meninas divertiam-se com gritos estridentes e contínuos, de tal ordem que a funcionária (a única àquela hora) ao ver-me chegar disse num tom de desespero e cansaço: “isto hoje não se aguenta”.
É notório que os problemas vêm de casa. Sem qualquer sombra de dúvida. São meninos cuja maioria não sabe ter limites, não sabe respeitar colegas, não sabe obedecer, não sabe falar com educação, não sabe estar, não aceita ser contrariado e não sabe ouvir. Na origem disto, uma falha colossal de transmissão de valores, de afectos e de atenção.
Tenho a certeza que se os pais pudessem ver, através dos meus olhos, o que se passa dentro das salas de aula, mudariam completamente A EDUCAÇÃO em casa. Perceberiam que o problema geracional foi provocado pelas famílias e não nas escolas, e fariam “mea culpa”. Sem essa percepção, teremos futuros adultos cada vez piores. Porque as psicologias modernas ensinaram a anular a autoridade dos pais e dos professores, com pedagogias que transformam os seres humanos em pequenos ditadores. Tão simples quanto isto.
Muitos dirão que é ao professor que cabe impor respeito na sala de aula. Sim, é verdade, mas… quem se atreve a ser mais duro com estas “pobres criaturas”, para depois ser sovado pelos pais dos meninos reprimidos? Que professor se atreve a usar da sua autoridade, para depois ser literalmente abandonado pela Direcção da escola e até pelo próprio Ministério da Educação se houver algum problema? Ninguém.
Por isso, quando chego vejo rostos envelhecidos e sem alegria, como de quem vai cumprir pena, a deambularem pela escola. Dizem que são docentes. A mim parecem-me penitenciários.
Já pensei desistir e dei por mim a perguntar-me tantas vezes o que estava ali a fazer. É impossível seguir o programa. Todas as aulas são interrompidas mais de uma vez para impor ordem, separar alunos que se envolvem em lutas, consolar outros que foram vítimas de agressões, dar atenção a outros que se sentem perdidos ali. Mas como não sou de desistir dos desafios, assumi uma missão diferente: mudar estas crianças até ao final do ano, tornando-as melhores seres humanos. Será que consigo? Vamos ver.
Boa tarde. É óbvio que o problema vem casa. A generalidade das crianças não têm qualquer tipo de educação (digna desse tipo de palavra) em casa. Não conhecem limites, crescem na total impunidade e qualquer tipo de responsabilização. Em casa são elevados a reis ou rainhas que podem fazer e desfazer a seu belo prazer em total libertinagem, pois no fundo
são crianças (coitadinhas)… já ouvi varias vezes este argumento. E não Cristina, nunca os pais fariam um “mea culpa”, pois não sabem ou não querem educar os filhos, porque no limite dá muito trabalho….
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Não concordo. Visualizar os próprios filhos dentro da sala de aula iria ser um grande abre olhos. Não duvido. Porque a maioria dos pais julgam q os filhos são exemplares na escola. Desconhecem a realidade
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Se virmos a sistemática e triste realidade do comportamento dos filhos quando acompanhados dos pais em supermercados, lojas, restaurantes, centros comerciais, etc, etc pode crer que os pais conhecem bem os “monstrinhos” que criaram e como tal conhecem a realidade. Agora volto a dizer, educar dá muito trabalho e estes pais não querem ter, nem trabalho nem incomodo. “Quem vier a seguir que apague a luz”. Nunca se importam se os “rebentos” estão a incomodar terceiros e se alguém fizer um reparo ainda corre um sério risco de ser maltratado!
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“Que professor se atreve a usar da sua autoridade, para depois ser literalmente abandonado pela Direcção da escola e até pelo próprio Ministério da Educação se houver algum problema? Ninguém.”
Como demonstrou neste parágrafo os problemas não vêm de casa.
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Não. Vêm mesmo de casa. Porque os miúdos vêm com défice enorme de valores, de educação. Depois, para agravar, nós não temos meios para corrigir o problema como se fazia no passado, sem medos. Nos anos 90 as minhas piores turmas, HOJE, seriam consideradas “boas” .
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A Cristina só está a ir ao telhado. Não está a ir ás fundações.
Porque é que a Direcção da Escola e o Ministério da Educação – mais os sindicatos – abandonam os professores nessas situações?
Tem tudo que ver com Ideologia. de Esquerda.
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As fundações são a família. O problema é quando esses alicerces são destruídos por ideologias. Aí, vem o resultado q relato no texto.
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Veja lá dona Cristina para caso não tenha estado com atenção. Que o cowboy anti-estatista libertário anarco-capitalista funcionário público, lhe recordará pela quadringentésima trigésima quinta vez só este ano que todos os problemas do mundo são por culpa da ideologia da esquerda. Incluindo naqueles sitios onde a direita governa .
Talvez se calhar uma das principais razões seja a ausência das mães do lar para irem satisfazer o mercado liberal. Ou as novas tecnologias do mercado capitalista. Os smartphones, as redes sociais ou os jogos de computador desenhados propositadamente para ter os mesmo efeitos no cerebro que as drogas. Incluindo os efeitos secundários. Por exemplo.
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Casa onde não há pão,
todos ralham e ninguém tem razão!
O senhor António Costa é o grande responsável pelo acréscimo da pouca vergonha e da falta de respeito generalizada que cresce na sociedade portuguesa.
Que exagero dirão muitos.
Mas não é exagero. é a realidade.
É em tudo. Começa nele. Um ilusionista armado em político. De facto um político no pior sentido da palavra. E continua nos ministros que escolhe para o governo. Uma cambada de incompetentes e falas-barato. Cada vez que muda um ministro é sempre em downgrade, porque o universo de escolhas é cada vez mais reduzido. Vão sobrando aqueles que já sem vergonha nenhuma se prestam a ser figurantes de uma farsa pelo simples motivo de agarrar um tacho.
Logicamente, os portugueses sem critério guiam-se pelos exemplos que vêm de cima.
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O meu filho do meio faltou ao respeito a um professor quando tinha 13 anos. Solução: 2 meses sem Play Station e sem Smartphone (a mãe arranjou um telemovel dos antigos, daqueles sem apps). Remédio santo. Não voltou a acontecer.
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Muito bem. E de certeza q os professores notam q vem de uma família com princípios. O problema é q a maioria não os tem e se nos excedemos, vêm pedir-vos satisfações. Um colega meu, na semana passada, teve uma situação dessas em educação física.
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Só o facto de ter filho do meio indica que não está lá para miminhos e desculpas.
Precisamos de mais famílias como a minha e a sua, com filhos do meio.
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Pois! Suponho que muitos dos que não têm irmãos nas pontas, terão tendência a serem problemáticos (muito por culpa dos papás).
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Se é verdade, é o fim do mundo.
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Não, não é fim do mundo. É apenas o mundo ao contrário q só a reposição de valores com muita paciência e dedicação, pode reverter.
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A primeira vez que a vejo escrever algo decente.
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Não insulte para fazer valer uma opinião sua. Decente é tudo o que escrevo, goste-se ou não. Opiniões não se combatem: discutem-se com respeito. Eu não sou dona da verdade mas você também não. Todas as opiniões contam e é na troca de opiniões que progredimos no conhecimento. Tenha uma excelente semana.
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Este seu texto foi miseravelmente comentado no Observá Dor.
Força
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Miseravelmente? Olhe que não. Foram apenas CONFIRMAR e bem, o que é dito no texto. Foi simplesmente fantástico. Inconsciente a malta acabou por provar cada linha q escrevi.
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Este texto? Só agora reparei q estávamos a falar de textos diferentes. Não. Este texto não está no observador.
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Oxalá consiga.
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Observação de supermercado: os mesmos pais ( nos vintes/trintas e poucos) parecem oscilar entre a omissão total e comportamentos boçais e violentos ou perto disso).
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“É notório que os problemas vêm de casa. Sem qualquer sombra de dúvida. São meninos cuja maioria não sabe ter limites, não sabe respeitar colegas, não sabe obedecer, não sabe falar com educação, não sabe estar, não aceita ser contrariado e não sabe ouvir. Na origem disto, uma falha colossal de transmissão de valores, de afectos e de atenção.”
São os belos resultados, entre tantos outros e alguns bem piores, da visão cãomunista-socialista da sociedade. A minoria paga a factura que uma maioria determina. São os custos e o lado negativo da democracia.
“Tenho a certeza que se os pais pudessem ver, através dos meus olhos, o que se passa dentro das salas de aula, mudariam completamente A EDUCAÇÃO em casa.”
Pura ilusão, nunca aconteceria. A maior parte dos pais são uns perfeitos atrasados mentais de esquerda, e é de uma forma de atrasado mental pai/mãe para atrasado mental filho/filha que educam e que irão perpetuar.
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Parabéns pela coragem.
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Claramente a culpa é de quem tinha o dever de os educar , os pais. Já vi miúdos à solta , sem qualquer supervisão , a correr , saltar gritar em cafés e restaurantes e ninguém da família liga : o resto do pessoal não deveria ser obrigado a gramar com selvagens em locais públicos , mas é.
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Quase setenta por cento dos casamentos acabam em divorcio. As mamas e as avos maternas metem os rebentos contra os papas e a familia paterna. Os miudos crescem sem figura de autoridade paterna e sem referencia masculina. Mas a Esquerda nao aceita esta interpretacao dos factos.
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Não aceita mas é a mais pura verdade. E ainda subsidiamos as mães solteiras, um verdadeiro incentivo económico para esse comportamento destrutivo da família e, subsequentemente, da sociedade.
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Eu leve reguadas, 12, nunca mais esqueço. Benditas reguadas.
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Entra-se num restaurante ao fim de semana. Uma família portuguesa está sentada ao pé de outra espanhola, imaginemos, no Porto. Dois filhos para cada lado, entre os 5 e os 11 anos.
O casal espanhol come tranquilamente com seus filhos, sem ruído, sem altercação.
Do outro lado podem esperar gritos, desacato, grosseria. É a regra.
As pessoas tardam em compreender o que se tem passado nos últimos anos num pedacinho de terra equivalente a uma cidade média de 10 milhões de mânfios, habitado por.
números assustadores de deputados, directores, senhores doutores, amigos certos nas horas certas, presidentes, vice presidentes, comendadores, generais e não sem quem mais.
Resultado: o país regrediu praticamente em tudo. O crédito e os avanços da ciência e da técnica ocultam a realidade e abafam a crítica. Isto agora não é como antigamente! Pois não. Os comprimidos e as cápsulas pululam sobre os passeios sujos, os esgotos de Alcântara fedem a snif. O álcool, a bola e o écran, os eternos amigos afinal.
Aqui e ali, vêm-se caras de poucos amigos, tez macilenta, andar incerto, lábios gretados de tanto mentir, faces azedas e enrugadas, empatas repimpados nas bancas da central de negócios.
Porra, não me lixem, é o que tem de ser! E não te ponhas a refilar, Maria!…
Os paladinos da libertinagem tornaram-se os defensores da liberdade.
Os que navegam em locais selectos gozam de serem poucos, não têm nada a ver com isso.
Os outros amolam-se, vão permitindo tudo. Há quem tenha tido o azar de nascer branco, ousar a medo ser heterosexual, de respeitar as leis, de não se esquecer de pagar impostos. Cidadãos honrados, quando erram, reconhecem o erro e não culpam os outros.
O seu destino é sombrio. São considerados a nova malandragem.
Por todo o lado é o lixanço, nas escolas, nos transportes, nos hospitais, nos serviços
Teremos que perguntar: Que fazemos neste caos?
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Emigramos. Há já 500 anos. E o problema de Portugal continuará a ser os que ficam.
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Nome para um filme de terror – Um dia de terror numa escola pública portuguesa.
A choldra do 25A desgraçou definitivamente este sítio de que, pasme se, o patético PR cuecas diz que chefes de estado que o visitam lhe asseguram que Ronaldo é a figura maior deste país, que conhecem.
Ora, quem tem um PR deste quilate e políticos e governantes que Salazar torceria o senhor em admitir como seus contínuos, só pode ter e merecer a escola pública que tem.
Portugal tramado e mal pago. É urgente correr com a canalha! Enquanto é tempo.
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Um texto que tem a minha concordância.
Acho estúpido que se queira assacar a culpa disto ao actual Governo, quando ela pertence aos preguiçosos que, em casa, nada fazem para melhorar os comportamentos.
Tenho filhos e netos que não assumem estas atitudes.
É preciso é perder tempo, fins de de semana incluídos , a dar formação à descendência.
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Numa sociedade global perfeita, onde todos sem excepção sabem o que devem fazer, e fazem, os únicos serviços do estado necessários seriam a Educação e a Saúde !
» Educação – necessária para que cada um saiba o que fazer e como fazer.
» Saúde – porque infelizmente não há forma de evitar todas as doenças.
Sempre (antes e depois do 25A) existiram famílias incapazes de educar uma criança !
Nesses casos a escola devia minimizar o problema, compensando de alguma forma essa incapacidade.
Actualmente, pelo contrário, ela permite a “contaminação” do problema a outras crianças!
É como se fosse um vírus que afecta sobretudo crianças com deficiência educativa familiar.
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Pobre Cristina, lamento a sua má decisão ! Eu saltei fora há 34 anos, e por nada deste mundo voltava a leccionar na escola pública !
Na privada, se me deixassem escolher os alunos … ainda pensava 3 vezes no assunto !
Quanto às causas, é importante ter em conta a propagação do problema ao longo de várias gerações:
» os pais destas crianças já tiveram má formação!
» os professores (mais jovens) já tiveram má formação !
» os filhos destas crianças ainda vão ser muito piores!
Concordo que a escola actual (leia-se os professoras actuais) pouco podem fazer para inverter a situação, mas é um facto que competia à escola “limar as arestas” resultantes duma educação familiar menos eficaz.
Mas quando o problema deixa de ser pontual, para se generalizar ao longo do tempo, assumindo proporções catastróficas, a solução só pode ser drástica, e como tal politicamente incorrecta, logo inaceitável !
A única esperança é que o sistema tende a auto-corrigir-se (lentamente).
Demora algum tempo, mas depois de colapsar vai evoluir em sentido contrário.
É o tal efeito pendular que há cerca de um ano aqui referi, e que causou alguma irritação às mentes mais sensíveis …
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“mudar estas crianças até ao final do ano, tornando-as melhores seres humanos”
Conhecendo algumas posições da Cristina Miranda, e a forma como as expõe neste blog, o seu «melhores» parece-me questionável.
Se um professor esquerdista fanático dissesse que ia deixar as crianças melhores, imagine que diria a Cristina Miranda. Pois vire isso ao contrário e é o que estou a dizer.
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“Se um professor esquerdista fanático” Todos os esquerdistas são fanáticos e intolerantes.
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Bom, felizmente que são só os esquerdistas.
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Desde quando é que a geringonça 1 ou 2 se interessa pela educação?
Quanto mais burros mais votam neles, é evidente.
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