Quando o medo leva à tirania
Tradução de excertos do ensaio de Lord Sumption apresentado em forma de palestra na série inaugural da “Sir Roger Scruton Memorial Lectures” proferida no Sheldonian Theatre em 27 de outubro de 2021:
As democracias falham por dentro. Geralmente não são oprimidas por forças externas, como uma invasão ou insurreição, ou derrubadas por golpes internos. Elas falham porque as pessoas se voltam espontaneamente para formas de governo mais autoritárias.(…)
A democracia só pode funcionar numa cultura legal e social onde haja liberdade de pensamento, expressão e associação, acesso não controlado a informações confiáveis e uma grande tolerância à dissidência política. Uma cultura desse tipo é frágil. Onde as democracias falham, geralmente não é porque a estrutura institucional falhou. É porque a base cultural necessária desapareceu. (…)
Quanto mais rotineiros os perigos dos quais exigimos proteção, mais frequentemente essas exigências surgirão. Se conferirmos poderes despóticos ao governo para lidar com os perigos, que são uma característica comum da existência humana, acabaremos por fazê-lo a todo o tempo. O facto de os perigos contra os quais exigimos proteção do Estado serem agora muito mais numerosos do que no passado, provavelmente levarão a uma mudança mais fundamental e duradoura das nossas atitudes para com o Estado. Este é um problema mais sério para o futuro da democracia do que a guerra. (…)
Como resultado, temos expectativas excessivamente altas em relação ao Estado. Estamos menos inclinados a aceitar que há coisas que o Estado não pode ou não deve fazer para nos proteger. (…)
Começando por ser um evento natural, a morte tornou-se um sintoma de fracasso social. (…)
Em muitos aspectos, a maior ameaça à democracia não é a opressão do Estado, mas a intolerância dos nossos concidadãos. (…)
As campanhas deliberadas de repressão conduzidas por grupos de pressão contra opiniões politicamente fora de moda ou “incorretas” sobre, por exemplo, raça, redesignação de género ou relações entre pessoas do mesmo sexo; as tentativas de impor um novo vocabulário que aceita implicitamente o ponto de vista dos ativistas: tudo isso são sintomas do estreitamento de nosso mundo intelectual. (…)
O que nos mantém unidos como sociedade é precisamente o meio pelo qual fazemos as coisas. Uma vez que provavelmente nunca chegaremos a acordo sobre questões de princípio controversas, não é o consenso o que nos mantém unidos, mas sim o respeito comum por um método de resolver nossas diferenças, quer aprovemos ou não as decisões resultantes. (…)
O mais simples de se dizer em favor da democracia é que é uma forma eficiente de nos livrarmos sem violência de governos insatisfatórios. (…)
O medo nunca perderá sua capacidade de distorcer os nossos julgamentos coletivos. O declínio da tolerância política e a ascensão do absolutismo moral são tendências igualmente improváveis de serem revertidas, pois a tolerância também não é natural para a humanidade. (…)
As alterações climáticas será o principal gerador de medo coletivo nas próximas décadas e, muito possivelmente, a principal tentação pela acção directa. (…)
A transição da democracia para o regime autoritário é geralmente suave e despercebida. As formas externas, a linguagem da política, permanecem inalteradas. Mas a substância desapareceu. Essas coisas não acontecem com o estrondo de um trovão. A democracia não foi formalmente abolida, mas discretamente redefinida. Deixa de ser um método de governo e passa a ser um conjunto de valores políticos, como o comunismo ou os direitos humanos, que representam os verdadeiros desejos do povo, independentemente de qualquer coisa que ele possa realmente ter escolhido para si. (…)
Texto original e completo, aqui.
Video de palestra completa, aqui.
Começando por ser um evento natural, a morte tornou-se um sintoma de fracasso social.
Exatamente. Em vez de se considerar natural que um idoso, ou uma pessoa sobrecarregada com morbilidades, morra, passa-se a considerar isso como um inaceitável fracasso da política social de erradicação de um vírus. Diz-se que a pessoa morreu porque na sociedade não se lava suficientemente as mãos ou não se usa a máscara suficientes vezes, em vez de se reconhecer que é natural e, no limite, desejável para a sociedade como um todo que essa pessoa (muito idosa ou muito sobrecarregada com morbilidades) morra.
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Sim, é do interesse da sociedade que as pessoas muito idoras morram. Ou então se estiverem sobrecarregadas com outras comorbilidades.
São estes os critérios de partida. Mais tarde, aperfeiçoa-se o critério e inclui-se outras categorias de pessoas igualmente indesejáveis para a sociedade. Drogados, doentes terminais, negacionistas de vacinas, dissidentes políticos, etc.
O sr Luis Lavoura tem todos os requisitos para se candidatar a um cargo na ONU.
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O COP26 e a taxa dos 15% para empresas assinalam o começo das Democracias Totalitárias no Ocidente onde tudo será controlado e muito proibido.
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Há 100 anos atrás estávamos em pleno período de transição energética, do carvão para o petróleo, que deu uma bela bernarda !
O resultado foi que os EUA ganharam a II GGuerra, invadindo a Europa Ocidental, por Itália e por França.
Depois, os países que queriam ser amigos da América, transformaram-se em democracias de inspiração anglo saxónica.
Era considerado malvado quem não defendesse a separação de poderes, a liberdade de informação e as liberdades individuais dos cidadãos, etc.
Mas essas regras de ouro da gestão anglo saxónica só serviram afinal para saquear as riquezas dos Países Democráticos, aproveitando a adesão dos mesmos ao Acordo Geral das Tarifas Aduaneiras (GATT), que mais tarde mudou nome para Organização Mundial do Comércio, e aproveitando as leis do Sistema Monetário Mundial e sua polícia FMI e das leis internacionais que regem as Bolsas de Valores.
Hoje a Guerra aproxima-se, e é de prever que a China ganhará e ditará a forma de governação das nações de todo o mundo. Não vai ser nada parecido com democracia parlamentar…
Vamos ter que enfrentar o controlo individual e coletivo a partir do 5G, e o comércio mundial baseado na Rota da Seda… com a conivência dos governos locais. Será a “Democracia à Chinesa”…
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A Democracia Chinesa não é socialismo marxista-leninista-maoísta a sua base do qual derivam todos os socialismos…do século XXI, bolivariano Kostista entre outros?
Vão-me dizer que também não é de esquerda?
Mas o socialismo não é bom?
Que temeis então?
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1, 2, 3, esquerda, direita, o soldadinho de chumbo!
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1,2,3 esquerda direita estupidozinho de chumbo
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O Telmo por acaso consegue detetar aqui algum padrão, ou não ?
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Já conseguiu encontrar o padrão ou não ?
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Está quase ou não ?
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A principal característica é que todos os problemas mencionados e outros se vão agravar com o aumento populacional, e mais tarde ou cedo vão obrigar os governos a reagir com mais força.
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Oscar, com ainda mais força? Não é preciso, a caminho é já irreversivel. E a população só vai aumentar nos países subdesenvolvidos, o ocidente comeu sem pestanejar as políticas de redução da população promovidas nos últimos 30 anos. O que acha do que se trata a humanização dos bichinhos, o veganismo, BLM, Lgbti xpto, o casamento homosexual, o aborto, a eutanásia, etc?
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Vá lá pá, aquelas imagens não são nenhuma “pintura” abstrata de pollock.
Está mesmo à frente dos vossos olhos, qualquer criança inocente era capaz de questionar o óbvio. Como aquela que reparou e disse que o rei ia nú…
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La paura è un’emozione basica che ha lo scopo di mettere in guardia dai pericoli, un segnale di avvertimento veloce e potente. Si tratta dunque di un elemento fondamentale per la vita, da non valutarsi negativamente; essa è piuttosto un possibile aiuto da ascoltare. Dal punto di vista psicologico la paura è legata alla percezione di un pericolo reale, concreto e puntuale; anche se appartiene alla sfera emotiva rimane sempre frutto di una valutazione a proposito di quanto sta accadendo, compiendo una previsione sul possibile andamento delle cose. La paura può manifestarsi in relazione ad animali o ambienti particolari (fobia), diventare diffusa fino a perdere il controllo, impoverendo la sua componente valutativa (panico); può essere conseguenza di una acut
I MILLE VOLTI DELLA PAURA
Los miedos ocultos en la sociedad del Siglo XXI
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