Os professores têm razão

Imagine que no início da sua vida profissional – e depois de devidamente informado sobre as regalias, condições e garantias -, decidia seguir uma determinada profissão acreditando que era uma carreira promissora. Como ficaria, com o passar dos anos, assim que se desse conta que fora enganado? É assim que deve começar por analisar a eterna luta dos professores.
Eu sei que quem está por fora do problema e pela falta de informação – os media nunca se interessaram por investigar e denunciar – acerca desta problemática, não consegue perceber por que lutam estes professores, há anos, quando há uma ideia (errada) já enraizada, de que ganham “bem” sem fazer nenhum (mas que dão jeito, bons ou maus, para deixar os miúdos entretidos o dia todo).
Já não sou docente há décadas e apenas regressei ao ensino, recentemente, como formadora AEC para jurar que nunca mais me apanham por lá. Se quando fui dar aulas nos anos 80/90, a carreira docente já era pouco recomendável, em 2019 quando regressei, constatei que agora, é de fugir a sete pés!
Mas comecemos. É verdade, sim senhor, que:
- um horário completo de um professor são 22h e há também horários zero;
- de acordo com a tabela salarial o índice do 1º escalão é mais de 1 536,90€ (brutos) para um professor solteiro e sem filhos;
- os professores do quadro à medida que sobem têm redução de horário;
- há professores com horário zero porque uma vez efectivos numa escola, recebem vencimento mesmo que não haja horários;
- têm mais pausas para férias que o trabalhador normal.
Porém, é também verdade que:
- essas 22h são componentes lectivas que têm de ser complementadas com outras não lectivas, INDIVIDUAIS E OUTRAS atribuídas pela Direcção da escola;
- hoje, o professor acumula trabalho administrativo e burocrático além de ter acções de formação inúteis, à noite e obrigatórias;
- grande parte do trabalho do professor é feito a partir de casa que terá de coordenar com a vida familiar (se a tiver) e o descanso (quando possível);
- tem de concorrer TODOS os anos em concurso NACIONAL para poder, um dia, efectivar numa escola perto da sua área de residência;
- com muita sorte, efectivará apenas ao fim de 10, 15 ou 20 anos;
- enquanto não efectivar, andará de mochila às costas, por todas as terrinhas de Portugal Continental e Ilhas, a pagar quarto, alimentação e, quando possível, fará centenas de km (num carro velho que não pode mudar tão cedo por falta de estabilidade financeira), para vir passar o fim de semana a casa com a família;
- com um ordenado do 1º escalão, iniciará a sua carreira a contar tostões até ao fim do mês;
- durante anos, não pensará em formar família (daí o facto do corpo docente ser maioritariamente constituído por solteiros e divorciados) porque não tem estabilidade profissional e nunca saberá onde ficará colocado no ano seguinte – isto se ficar colocado;
- sobem nos escalões com o tempo de serviço mas são roubados a cada mudança de política – de quem nos desgoverna – para POUPAREM no orçamento do Estado;
- os políticos congelam a carreira para depois nunca voltarem a repor o que é devido (o Estado deve, neste momento, 6 anos, 6 meses e 23 dias);
- com o passar dos anos retirou-se autoridade ao professor transformando as escolas públicas em antros de miúdos autoritários, indisciplinados e violentos;
- em caso de agressão a um professor, ninguém estará do seu lado: a direcção da escola assobiará para o lado enquanto a justiça será branda para os alunos (às vezes, famílias) infractores;
- os conteúdos programáticos serão modificados a cada novo governo. Não importa o que o anterior executivo fez bem: sempre que muda a cor política, mudam as regras. E depois, dirão que é culpa do professor se os meninos não aprendem;
- os programas são longos, maçudos, demasiado teóricos e desfasados da realidade profissional, que transformam os alunos em inúteis diplomados, mas dirão que o insucesso escolar é culpa do professor;
- as avaliações são cada vez mais uma farsa – fruto das ideologias marxistas em movimento – porque os meninos não podem reprovar senão ficam traumatizados. Passam com facilidade, e chegam ignorantes ao ensino superior. Mas dirão que a culpa da ignorância dos alunos é dos professores;
- o governo IMPÕE o ensino da IDEOLOGIA POLÍTICA nas escolas públicas através dos manuais e programas (revisionismo), onde abrem alas para as agendas globais, como é o caso da promoção da ideologia de género, forçando o corpo docente a seguir essas directrizes;
- querem substituir os concursos nacionais por colocação pelas autarquias onde a “cunha” estará presente;
- um docente tem de trabalhar em média 39 anos para chegar ao 6 -7º escalão e mais 12 anos para alcançar o 10º, o que significa que chegará ao topo de carreira, com alguma sorte, aos 74 anos;
- embora tenham aparentemente mais pausas, parte dessas pausas são preenchidas com reuniões e outros trabalhos ao serviço da escola. O professor fica apenas dispensado nos dias efectivos de férias ( 22 dias úteis);
- tem de pagar material do seu bolso e reinventar-se porque não há plafond nem equipamentos suficientes;
- as avaliações a professores são uma farsa;
- faltam efectivamente professores nas escolas mas o Estado não integra os contratados com décadas de tempo de serviço;
- um quarto dos professores tem 60 anos ou mais;
- ao contrário dos médicos, juízes e polícias, não recebem apoios ao transporte e habitação.
Alguns testemunhos:







Sobre o que muda com a Municipalização do ensino:







Lista do trabalho burocrático do professor:

E agora, a carreira docente continua a parecer-lhe atractiva? Consegue perceber porque começa a haver falta de professores no ensino público e o corpo docente estar envelhecido?
A pergunta que impera: de quem é a culpa disto tudo?
Em primeiro lugar, do ESTADO que propositadamente mantém os professores na precariedade. O Estado, até ao presente (não importa a ideologia política pois como é sabido, o poder tem sido alternado entre o PS e PSD), nunca quis integrar os professores nos quadros nem sequer dar-lhes qualidade de ensino. O sistema de colocação do corpo docente foi assim concebido para perpetuar contratos temporários e assim, poupar dinheiro aos cofres públicos. POUPAR na educação é imperioso num país com ideologias socialistas porque só assim cria uma sociedade de alienados que os irão perpetuar no poder. O ensino público há muito que deixou de ser “ensino” para passar a ser “doutrinação” das massas. E até esta data, nenhum partido no poder alterou esta realidade. Quanto a isto, não há dúvidas.
Não foi por falta de dinheiro, porque esse entrou aos biliões vindo de toda a parte (dos contribuintes nacionais e da UE), enchendo o bolso da TAP, do BES, do NOVO BANCO, da EFACEC, das PPP,s, dos políticos, dos governantes, das clientelas, dos oligarcas etc. etc. etc. (a lista dos mamões do erário público é obscena).
Em segundo lugar, dos PAIS que agora, ao contrário dos nossos antepassados, culpam os professores pelo insucesso dos filhotes, a quem entregam em estado selvagem, sem educação, sem princípios, sem valores, autênticos pequenos ditadores, à espera que o docente seja pai e professor em simultâneo, enquanto tenta desesperadamente cumprir, SEM CONDIÇÕES, com a suas obrigações profissionais.
É na família (o pilar da nação) que começa a EDUCAÇÃO e nos professores, a continuidade da formação que fará dos indivíduos os futuros cidadãos e profissionais que um país necessita para prosperar. E NUNCA jamais ao contrário e muito menos a acumular funções que não são suas.
Não concordar com o actual sistema de progressão de carreiras na função pública não retira legitimidade à luta dos professores. Eles têm razão! Querem qualidade de ensino que começa com a qualidade das condições de trabalho. Como é possível exigir um melhor ensino com profissionais desmotivados, desrespeitados e maltratados? Expliquem-me.
Sem eles, nem ler saberíamos quanto mais ter uma profissão. É graças aos nossos professores que somos quem somos. Inequivocamente. Já agora, um grande bem haja a TODOS os meus professores desde a primária (no Canadá) até ao superior que mereciam uma estátua por nos terem aturado com amor e dedicação à profissão.
É precisamente por ter conhecimento de causa que estou incondicionalmente ao lado desta classe que admiro na coragem e resiliência. Porque sei que um professor esgota mais depressa numa hora que outras profissões porque tem de aturar os putos indisciplinados, barulhentos e histéricos, metidos numa sala de aula, enquanto tenta ensinar qualquer coisa (isto é real, não estou a inventar).
Por isso digo: coragem, professores! Que seja agora ou nunca a mudança tão necessária, há décadas, para reverter este ensino público moribundo!
governo ‘surdo, cego, mudo, paralítico, coxo e tudo’
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Está aberto o concurso para ver quem vai derrubar o Costa.
Se os profissionais da educação,
se os profissionais de justiça,
se os agricultores,
se os trabalhadores da TAP
ou se o Povo todo junto.
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É bom ler coisas sobre educação escritas por quem sabe.
Obrigado, Cristina Miranda.
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Diagnóstico do problema? 100% correcto. Apresentação de soluções? Nenhuma.
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Não me compete a mim apresentar soluções, mas já que sugeriu, ficará para uma próxima crónica. Tenha um excelente domingo.
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Porque não tinha net na altura só agora é que li o trabalho exaustivo que a Cristina escreveu e que concordo plenamente!!!
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“Basicamente é isto não é dona Cristina :”Somos tão injustiçados porque não temos a mesmas regalias que os outros instalados do Estado”, para a qual os outros que têm que se submeter à concorrência e turbulência do mercado de trabalho a receber o ordenado minimo têm de vos pagar as “regalias as condições e as garantias”.
E no entanto o mercado de trabalho está cá para vos receber enquanto exilados a injustiça do estado. E é o tá quieto.
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Qualquer pessoa, quando vai trabalhar para uma empresa tem de ponderar os prós e os contras, as vantagens e as desvantagens. Com o passar do tempo a empresa e devido a uma grande variedade de fatores evolui para melhor ou pior ou até para a falência.
Ou seja à partida ninguém sabe se a sua decisão quando aceita trabalhar numa empresa é acertada ou não. A vida é cheia de incertezas.
Neste percurso as pessoas terão que tomar decisões como por exemplo abandonar a empresa se achar que o seu trabalho não está a ser bem aproveitado , ou se não está a ser bem remunerado, ou até se as suas expectativas não estão a ser atingidas
Isto é para o comum dos mortais.
Os professores não são comuns mortais.
Os professores são especiais.
E porque é que são especiais? Porque são trabalhadores do Estado.
E numa sociedade socialista , um funcionário do Estado pertence a uma casta. Uma Elite que tem que ser bem tratada pois é o garante da vitória eleitoral dos partidos do sistema.
Para além de gozarem de vantagens como : saúde privada, mais férias , salário médio mais elevado que o salário médio do privado para pessoas com o mesmo nível de formação, mais férias, poder faltar no primeiro dia de escola dos filhos , tolerâncias de ponto em dias festivos , reformas por inteiro etc, etc e este etc é só porque não quero estar aqui a pensar mais no assunto, acham que não são tratados com …. Respeito!
Mas como diz na nossa constituição a nossa sociedade tem de seguir no sentido do SOCIALISMO.
A iniciativa privada está encharcada de impostos taxas e “taxinhas” que baixam a nossa produtividade , para pagar a ineficiência do Estado . E a ineficiência do Estado está em todos os sectores em que está presente. Na educação não é diferente. Se os professores tem razão, porque é que são contra a privatização do ensino ? Porque é que são contra a contratação pelas câmaras municipais se se queixam que tem de andar por todo o pais ?
Só poderemos evoluir para uma sociedade não SOCIALISTA com um ensino centralizado e alienante da mentalidade das crianças com teorias progressistas. Só poderemos fugir a este ambiente intelectual Esquerdista quando o ensino for privado.
Rui Silva
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Evidentemente o ultimo paragrafo tem uma gralha:
“Só poderemos evoluir para uma sociedade não SOCIALISTA com um ensino NÃO centralizado e alienante da mentalidade das crianças com teorias progressistas.
Rui Silva
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Disse tudo!. Num documentário que passou na televisão há poucos anos, mostrou a diferença que existe entre os trabalhadores do estado que ganham bem menos nele do que no privado, contrariamente aos de cá, isto num dos países onde a social-democracia impera há muito mais tempo, em que os professores não têm à disposição criadagem (contínuos, como se chamavam antigamente e os miúdos têm que ajudar nas pequenas tarefas) onde os deputados não ganham balúrdios como os de cá e andam a pé, e os que vêm de longe têm apenas há disposição um T1 com uma pequena kitchenette, isto do socialismo (mesmo o fabiano) tem também os seus contras.
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Acrescento à frase: “isto num dos países onde a social-democracia impera há muito mais tempo … do que cá”.
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Caro amigo, antes de comentar qualquer assunto sobre a educação em Portugal, e em particular a luta dos professores, aconselho que faça um estudo sobre as matérias em questão, que são tantas e complexas, para não correr o risco de escrever inverdades e de o seu comentário não deixar a sensação que foi escrito por mais um ignorante, a quem esses professores não tiveram tempo de elaborar um plano educativo individual!
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Bem, o Sr. parece estar um pouco confuso em muitas temáticas, entre outros “mimos” gostei particularmente da “saúde gratuita”, não sei se sabe, mas descontando para a Saúde do Estado e para a ADSE
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Fiz a minha escola primária com 35 alunos, repartidos pelas 4 classes… o professor tinha autoridade e ensinava os alunos nos diversos níveis… ainda por cima tinha de preparar aqueles que quisessem, para a admissão ao Liceu… bons tempos, bons professores, bons alunos
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Na minha (início nos anos 60) éramos 42, entre a 2ª e a 4ª classe.
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E todos aprenderam
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E havia uma devoção ao Professor, um respeito… algo que se perdeu. Um Professor, da aldeia, vila ou cidade era alguém a que se devia um profundíssimo respeito
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Peço perdão pelo desabafo… independentemente da profissão que ocupamos, na memória quem resiste… o professor primário não é? foi aquele que nos ficou e marcou… puxou por nós e nos fez prosseguir…
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Já cá faltava o “antigamente é que era” e no entanto o que foi feito de extraordinário nessa época. Nada. Até a ponte da travessia do tejo tiveram que cá vir os americanos fazerem-na.
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Antigamente havia muitos analfabetos estruturais e muito poucos funcionais. Agora com a qualidade de ensino instalada proliferam os funcionais que mal sabem ler, escrever e contar.
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Isso não passa da tipica treta pretensiosa de quem acha que a sua geração é melhor do as actuais.
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Eu não acho nada pela simples razão de que está tudo à vista.
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Claro que se nota, tal como perguntei a outro mais acima, diga-me o que foi criado de extraordinário nesse tempo. Até para defenderem as colonias tiveram que ir pedinchar ao estrangeiro porque nem sequer tinham capacidade para criar em produzir equipamento e armamento militar.
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“… não hajam horários.”
HAJA – o verbo Haver é impessoal, quando significa existir.
Quanto à profissão de professor do Básico ou Secundário, não é fácil, quando se é responsável e se quer ensinar a sério. As condições das escolas são geralmente más, a falta de respeito é imensa e “ter mão” numa turma não é para todos. A qualidade de um bom professor raramente é reconhecida. Não existe qualquer inspeção e a avaliação não funciona bem.
Fui professora 38 anos, reformei-me há seis, porque já não conseguia continuar a leccionar, devido a problemas de depressão e ansiedade. Agora não sei como é, mas melhor não deve estar. É lamentável!
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A maioria dos professores é de esquerda, o líder da fenprof é comunista, o do stop ainda é mais radical, é do MAS.
O PS pelo menos nos últimos 20 anos governou, com ou sem geringonça.
Nas últimas eleições obteve maioria absoluta.
Podem bem se queixar, os vossos problemas não são diferentes da grande maioria da população.
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Tem razão, estamos todos mal.
O Costa quer-nos todos pobres e todos iguais. Grande socialista.
Quando cair faz estrondo.
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Finalmente uma visão de dentro para fora, contando aquilo que os políticos, os media e nem os filhos querem contar. A realidade do ensino obrigatório atual que em pouco mais de uma década “afundou” alunos, professores, pais e empresários. Não estamos a ajudar a formar BOA GENTE nem pessoas competentes para um país fantástico que mais adoramos quanto mais países visitamos.
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Sem tirar nem por. Assisto há 30 anos a isso, com a minha esposa que abdicou da carreira profissional como economista para ser professora, porque adora ensinar e a paga até hoje, tem sido exactamente a que descreve. Com um esquerdista de um Mario Nogueira, que nada fez pela classe, só barulho, quando o governo era de Direita e calado com os governos de Esquerda, sobretudo durante a geringonça PCP/BE do seu coração, nunca foi possível aos professores fazer ouvir a sua voz. Acredito que chegou finalmente a hora!
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Obrigado Cristina Miranda por ter sido tão claramente esclarecedora. Tudo verdades como punhos o que escreveu. Sou casado com uma professora (aposentada) e, embora não sabendo da missa a metade, concordo a mil por cento com tudo o que diz. A escola tem vindo a ser paulatinamente utilizada como madrassa pública onde os alunos são doutrinados segundo o catecismo marxista leninista desta trupe de gente irrecomendavel que está desgraçadamente espatifando o país. Força professores! É preciso correr a pontapé esta mediocridade incompetente que não sabe governar e está causando danos irreparáveis a este pobre país que vive de mão estendida dos subsídios de Bruxelas. Basta!
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Quando um Estado que se diz Socialista e nao Respeita Os Professores nao merece que nos governe. Ja é tempo de sentarem à mesa das negociações e resolverem de uma vez por todas a situação dos Professores. As escolas têm de funcionar, os nossos filhos e netos precisam da ESCOLA e o mais importante dos PROFESSORES! Dos governos eles vêem e vão como o POVO quer…SÓ ESPERO QUE HAJA MEMÓRIA nas proximas eleições. Uma Avó indignada com este braço de ferro deste governo que se diz Socialista?
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Quando um Estado que se diz Socialista e nao Respeita Os Professores nao merece que nos governe. Ja é tempo de sentarem à mesa das negociações e resolverem de uma vez por todas a situação dos Professores. As escolas têm de funcionar, os nossos filhos e netos precisam da ESCOLA e o mais importante dos PROFESSORES! Dos governos eles vêem e vão como o POVO quer…SÓ ESPERO QUE HAJA MEMÓRIA nas proximas eleições. Uma Avó indignada com este braço de ferro deste governo que se diz Socialista?
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Uma questão:
Os múltiplos sindicatos (com respectivas horas sindicais) já chegaram a acordo quanto a uma proposta que abranja toda a problemática e assegure o ensino em todo o país?
O respeito profissional não é um direito, conquista-se com soluções.
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Principalmente à sexta feira e à segunda, para alargar o fim de semana… e isso não tem a haver com propostas nem problemáticas… é o que é demtro da cultura e raciocínio vigente
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Só uma pergunta: onde andava toda esta gente nos tempos da Geringonça? Deviam andar contentes, diria o mais cético. O que é que mudou?
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Concordando com tudo e com todos e com o seu e seus contrário, diria que hoje em dia – e salvo raríssimas e honrosíssimas excepções – a Escola Pública mais não é do que um conjunto de madrassas de doutrinação da Esquerda, e concomitantemente “ensinando-se” (lavando-se o cérebro às) criancinhas a cartilha neo-marxista, por neo-marxistas: o politicamente correcto, o “racismo sistémico”, a igualdade de “género”, a identidade de “género”, e por aí fora de um relambório de vómito. Ainda para mais tudo pago e financiado com o dinheiro dos nossos impostos e de forma coerciva (neste caso em dose dupla) para a esmagadora maioria da população, que não tem dinheiro para, mesmo que quisesse, mudar os filhos para a Escola Privada.
Assim sendo, diria que o fim da Escola Pública seria um serviço público em si mesmo.
Tenho dito.
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Ora, nem de propósito (sabendo-se de antemão que o problema é global):
https://observador.pt/2023/01/30/franca-apresenta-plano-de-luta-contra-racismo-antissemitismo-e-discriminacao/
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A minha proposta:
https://observador.pt/opiniao/se-eu-fosse-ministro-da-educacao/
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” Como ficaria, com o passar dos anos, assim que se desse conta que fora enganado?”
Mudava de emprego.
Não estou satisfeito na empresa onde estou.
Algumas das funções que me foram descritas na entrevista de emprego foram entregues a um prestador de serviços de qualidade duvidosa.
Apesar do maior cliente da empresa se queixar da qualidade do serviço o meu empregador prefere continuar a trabalhar com o prestador de serviços incompetente, em vez de me por a mim a fazer o trabalho, bem, e à primeira.
Há duas semanas mandei CV. Esta semana vou a 3 entrevistas.
Os senhores professores podem fazer como eu, e muitos outros, quando não estamos satisfeitos. Batam com a porta.
Se ser professor é como dizem, e não estou a duvidar que seja, certamente encontram melhor.
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Ia para o privado, caso tivesse cv para tal. No público basta média de 10 que por tarimba passa a 20 valores
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Aposto que os professores votam PS. Que lhes faça proveito. Não sinto pena de masoquistas.
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Alguns professores até podem terem razão,mas que diabos e o direito das crianças onde está!!! ninguém é obrigado a ser professora se o patrão não paga bem procuramos que pague melhor como todas outras profissões.
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Falta só falar dos professores do primeiro ciclo que têm 25 horas letivas, dão todas as disciplinas , acumulam cargos sem redução de horário, fazem supervisão das AEC e muitos deles já têm mais de quarenta anos de descontos e continuam a trabalhar, pois têm que chegar aos 66 anos de idade.
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Para mim e para a maior parte dos trabalhadores portugueses não há escalões nem carreira garantida…se os quero tenho que mudar a minha vida e ir à procura.
Dou-lhe razão na questão dos concursos anuais, não percebo porque isso continua a existir, a escola deveria contratar para a vida ou até que o docente queira mudar ou seja VERDADEIRAMENTE avaliado por pares seniores e lhe seja mostrada a porta de saída caso seja manifestamente poucochinho para a profissão que finge exercer.
De resto a minha simpatia pelos professores não é a maior. Apanhei péssimos professores e excelentes professores…e nunca correm com os péssimos professores.
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Professores, não- estão a falar de funcionários públicos. A profissão de professor não necessita de ser estatal.
Estes são ,meros barriguistas, ignaros que se julgam tropa para subirem por tarimba.
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Muito grato pela explanação tão completa, em nome de uma classe profissional tão incompreendida e tão vilipendiada! Bem haja!
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Estou com os professores! Muitas famílias se desfizeram e muitas se deixaram de construir, pois nunca houve condições para que podessem realizar o seu sonho. O professor deixou de ter valor, e é pena, sem educação não há progresso.
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Só quem está na profissão é que sabe.
Os meus alunos que um dia irão tirar cursos superiores, para professores nunca pois são testemunhas da má educação e total falta de respeito a que os seus professores estão sujeitos
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Estou no ensino desde 1994 e trabalhei no 1. Ciclo de 2013 a 2020 (mudança que me permitiu entrar para a carreira), por isso, o meu testemunho é transversal a estas duas realidades distintas, e, certamente, representativo de uma larga amostra da nossa classe.
Importa reforçar que o nosso trabalho, para além das aulas, tem exigido cada vez mais conhecimento noutras áreas da formação, pessoal e social, não obstante muitas das nossas ações sejam competências parentais.
Faltam técnicos ou auxiliares de educação, colegas da Educação Especial, psicólogos ou terapeutas nas escolas para darem o seu contributo conforme a sua formação. Mas, não havendo em número necessário, já observei, já me foi solicitado para observar ou já me foram reportadas situações como estas (como professora titular e como diretora de turma):
– o tipo de lanche q as crianças trazem para a escola e o respetivo consumo parcial ou total;
– a falta ou o excesso de agasalho (in)adequado ao tempo;
– as senhas de almoço que não são tiradas regular ou atempadamente;
– dívidas do aluno (?!) no bar ou na papelaria;
– a falta de material escolar;
– o facto do (mesmo) aluno ainda se encontrar no espaço escolar na hora do fecho da instituição;
– a situação sócio-económica e afetiva da família do aluno;
– a vigilância e gestão de comportamentos e de emoções do aluno;
– a (pre)disposição do aluno para trabalhar/ estudar, ou simplesmente para estar na escola;
– o paradeiro de um material desaparecido;
– a resolução de problemas nas relações inter-pessoais;
– a identificação de agressores vs agredidos, e deteção de bullying;
– e… como não podia deixar de ser, a tentativa incessante, embora sem sucesso, de convencer os alunos a abdicarem dos telemóveis, pelo menos nos intervalos de 5/10 minutos e de os incentivarem a irem e para a rua nos intervalos de 15/20 minutos;
– etc.
Vamos conseguindo, qualquer que seja a razão que (co)move cada um de nós!
Sinalizamos o aluno para todo o tipo de observação ou avaliação (psicológica, de terapia da fala, na CPCJ…); elaboramos relatórios para estes parceiros que solicitam dados do ambiente familiar do aluno, um “espaço” onde o professor não é convidado a entrar e que cuja realidade não é (des)conhecida!
Não somos especializados nessas matérias, nem em problemáticas do foro psicológico ou social. E, ainda assim, estamos alerta para tanto…
Quanto mais damos mais se nos é exigido… Somos professores, psicólogos, animadores, educadores a tempo inteiro, dentro e fora da sala de aula.
E cá estamos hoje, mais unidos que nunca! Só espero que esta determinação se mantenha e que leve a bom porto frutos que alguém possa colher o mais rapidamente possível…
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